terça-feira, 8 de março de 2016

“STRATOS” (“MIKRO PSARI”), Grécia, 2013, é um drama policial pesado, sinistro, esquisito e, principalmente, muito desagradável de assistir. Segundo o diretor Yannis Economides, trata-se de “um filme noir mediterrâneo”. De qualquer forma, o filme é bastante interessante pela maneira como foi concebido. Stratos (Vangelis Mourikis) é um ex-presidiário que trabalha como assassino de aluguel para pagar uma dívida a um chefão do crime organizado, Leônidas (Alekos Pangalos), que o salvou da morte na cadeia. Para pagar a tal dívida, Stratos se associa a Yorgos (Yannis Tsortekis), irmão de Leônidas, para criar e executar um plano de fuga, o que inclui a construção de um túnel subterrâneo. Com o objetivo de conseguir dinheiro para financiar o plano, Stratos vira um assassino de aluguel e, de madrugada, trabalha na confecção de massas numa padaria. Enredo meio estranho, não? É sim, e o personagem Stratos é mais estranho ainda. Quase não fala, tem o olhar vazio e frio, não esboça reação a nenhum tipo de provocação. Parece um autômato. Na hora de matar, porém, age com muita competência e uma frieza polar. Nesse ponto, cabe destacar a ótima interpretação do ator Vangelis Mourikis. O desfecho apresenta uma reviravolta surpreendente. O filme não é para iniciantes, ou seja, é difícil de aturar, ainda mais pelos seus longos 137 minutos de duração. Na sua sessão de estreia, durante a competição oficial do Festival de Berlim/2014, muita gente abandonou a plateia na metade do filme. Concordo que o filme não é muito fácil de digerir, mas tem muitos méritos, como a história em si, o roteiro bem estruturado, um ótimo elenco e uma incrível fotografia.   

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