quinta-feira, 31 de outubro de 2019


“STAN E OLLIE – O GORDO E O MAGRO” (“STAN & OLLIE”), 2018, Inglaterra, 1h39m, direção do escocês Jon S. Baird, com roteiro de Jeffe Pope (do premiado “Philomena”). Quem tem um pouco mais de idade e curtiu os tempos áureos do cinema conheceu muito bem “O Gordo e o Magro”, dupla de comediantes que participou de mais de 100 filmes em Hollywood que foram sucesso no mundo inteiro. Mas quem conhece Oliver Hardy e Stan Laurel? “Stan & Ollie” se propõe a dar essa resposta, apresentando o retrato íntimo dos atores e suas personalidades, além da forte amizade que os unia há tantos anos. Prepare-se para se divertir, se comover e se emocionar. O filme começa em 1937, quando a dupla de comediantes estava no auge do estrelato – eles reinaram em Hollywood e fizeram milhões de fãs no mundo inteiro entre as décadas de 20 e 30 do século passado. Devido a uma desavença que envolveu o famoso produtor Hal Roach (Danny Huston), que os acompanhava desde o início da carreira, Oliver Hardy (John C. Reilly), o “Gordo”, e Stan Laurel (Steve Coogan), o “Magro”, acabaram se separando. Somente muitos anos depois, em 1953, voltariam a atuar juntos. Sem dinheiro e em plena decadência artística, eles foram contratados para uma turnê por países da Grã-Bretanha, primeiramente Irlanda e Escócia, atuando em teatros decadentes e com pouco público, para terminar com um “gran finale” em Londres. A promessa dos empresários que os reuniram era a de produzir um filme para relançar a dupla caso a turnê fosse um sucesso. Nessa fase, entram em cena as esposas Lucille Hardy (Shirley Henderson) e Ida Kitaeva Laurel (Nina Arianda), que sempre tiveram papel importante na carreira dos seus maridos. A relação pessoal entre as duas dependia dos humores dos seus companheiros. Se eles brigavam, elas também brigavam. Hardy, o Gordo, aceitava que Laurel, o Magro, escrevesse os esquetes e os diálogos. Laurel era o cérebro da dupla, o que perdurou até a morte de Hardy, fato que determina o desfecho do filme. O desempenho de John C. Reilly e Steve Coogan é sensacional. Eles captaram com perfeição os trejeitos dos personagens que representam. Chega a ficar difícil distinguir eles dos verdadeiros. A maquiagem de Reilly, que demorava três horas a cada dia de gravação, é mais um destaque dessa maravilhosa produção inglesa. Os dois atores, aliás, foram premiados em vários festivais, Reilly, por exemplo, com o Globo de Ouro/2019 como Melhor Ator de Comédia e Coogan com o BAFTA (Academia Britânica de Cinema e Televisão). Na verdade, se houvesse justiça, ambos teriam que receber o Oscar. Mas, como dizia Geraldo Vandré, a vida não é só feita de festivais. Resumo da ópera: “Stan & Ollie” é simplesmente espetacular, comove e diverte, garantindo um ótimo entretenimento. Espere os créditos finais e se divirta ainda mais. IMPERDÍVEL IMPERDÍVEL em dobro!             

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