Representante da
Turquia na disputa do Oscar/2019 de Melhor Filme Estrangeiro, “A ÁRVORE
DOS FRUTOS SELVAGENS” (“AHLAT AGACI”) leva a assinatura do cultuado – não por
mim - roteirista e diretor Nuri Bilge Ceylan. A história: o jovem Sinan (Dogu
Demirkol) termina a faculdade e retorna à sua vila natal, no interior da
Turquia. Ao reencontrar sua família, vê
que as coisas não andam bem. Idris (Murat Cencir), seu pai, um professor à
beira da aposentadoria, é viciado em apostas de corridas de cavalo e está
endividado, a ponto de não poder pagar nem a conta de energia da casa. Asuman
(Bennu Yildirimlar), a mãe, trabalha como babá, não reage, sofre calada e vive
apenas se lamentando, mas não admite que Sinan fale mal do pai. Em meio a esse
clima melancólico e de rusgas familiares, Sinan, que sonha em ser escritor, enfrenta
dificuldades em levantar um financiamento para editar seu primeiro livro, cujo título é o mesmo do filme. E
assim vão passando as longas e entediantes 3h9m de filme, com longas cenas
recheadas de diálogos onde se discute filosofia, literatura e religião – algumas
dessas cenas demoram mais de 20 minutos. Eu já conhecia o estilo do diretor
Nuri Bilge Ceylan, depois de assistir a dois de seus filmes mais conhecidos, “Era
uma Vez na Anatolia” e “Sono de Inverno”. Ceylan teima em tornar seus filmes
monótonos, verborrágicos demais. Quando foi exibido no Festival de Cannes em
maio de 2018, onde concorreu à Palma de Ouro, parte da plateia de críticos
deixou a sessão, provavelmente para não pegar no sono. Eu consegui assistir até
o final, apesar de alguns cochilos. Resumo da ópera: o novo filme de Ceylan,
assim como os anteriores, exige uma paciência hercúlea. Não é para espectadores
iniciantes. Apesar dos pesares, o filme foi exibido por aqui durante a
programação oficial da 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Duvido
que chegue ao circuito comercial.
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