Muitas vezes a gente desiste
de ver um filme por causa da sua sinopse. Foi o que aconteceu comigo antes de
assistir “LUA DE JÚPITER” (“JUPITER HOLDJA”), 2017, Hungria, 2h3m, roteiro e
direção de Kornél Mundruczó ("Deus Branco"). Um resumo da sinopse que quase me fez desistir: um jovem imigrante sírio é assassinado com três tiros ao tentar cruzar a
fronteira da Hungria, depois ressuscita e descobre que adquiriu o poder de
levitar. Fala sério, você assistiria a um filme com essa apresentação? E ainda
por cima feito na Hungria? Pois eu arrisquei e me dei muito bem, pois o filme é surpreendentemente ótimo. Quando ressuscita, Aryan Dahni (Zsombor Jéger) acorda num campo de
refugiados e é medicado pelo dr. Gabor Stern (Marab Ninodze), que é
surpreendido com uma levitação do jovem. Dr. Stern vê nisso uma oportunidade de
ganhar dinheiro, pois precisa juntar um valor alto para pagar um processo de
indenização por causa de um antigo erro médico. Ao perseguir o imigrante
desaparecido, o policial Lászlo (György Cserhalmi), chefe da divisão de
fronteiras, também acaba conhecendo o dom de levitar do garoto, cujo pai é
acusado de praticar um atentato à bomba em Budapeste. Aryan acaba envolvido
também como suspeito e vai depender do dr. Stern para escapar da polícia. Para
escrever a história, o diretor Kornél Mundruczó se inspirou numa fábula que leu
durante a infância. Nela, um homem tinha o poder de levitar. O filme é bastante
interessante, muito bem feito e tem ótimas cenas de ação, uma delas uma
empolgante perseguição de carros pelas ruas de Budapeste. O filme estreou e disputou a
Palma de Ouro no 70º Festival de Cannes, em maio de 2017. Uma informação adicional sobre o título. Europa é uma das 67 luas de Júpiter, o que serviu de ideia ao diretor para fazer uma associação com a questão dos refugiados que ingressam naquele continente. Enfim, não digo que o filme é imperdível, mas, sem dúvida, muito interessante e criativo, tornando-o irresistível.
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