segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Se no filme argentino “Abutres” (2010), dirigido por Pablo Trapero, Ricardo Darín era um advogado à espreita e forjador de acidentes de trânsito para depois ganhar indenizações das seguradoras, em “O ABUTRE” (“The Nightcrawler”), 2014, EUA, o ator Jake Gylenhaal é Louis Bloom, um cinegrafista amador que filma ocorrências policiais de madrugada para depois vender as imagens a telejornais matutinos. A cidade é Los Angeles, ou seja, garantia de material farto. Bloom é um sujeito fracassado, desempregado e trambiqueiro. Um dia, tem a ideia de se transformar numa espécie de paparazzo macabro, seguindo ambulâncias e viaturas da polícia para filmar pessoas morrendo. Ele vende as imagens para uma pequena emissora de TV local, cuja diretora de telejornais, Nina Romina (Rene Russo), é adepta de notícias sensacionalistas e imagens chocantes para elevar o índice de audiência. Bloom não tem escrúpulos em forjar situações, o que inclui arrastar vítimas de acidente de trânsito para conseguir um ângulo de filmagem melhor e ainda colocar seu assistente Rick (Riz Ahmed) em situações de perigo. Sua ousadia chega ao cúmulo de, antes de a polícia chegar, invadir uma casa para filmar os cadáveres de vítimas de um violento tiroteio. O filme é muito bom, chega a ter cenas realmente eletrizantes, e Gylenhaal está ótimo (merecia uma indicação ao Oscar). Chegou a emagrecer 10 quilos para fazer o personagem ficar parecido, segundo ele próprio, com “um coiote faminto”. Dan Gilroy, o diretor, é conhecido como roteirista de filmes como “O Legado Bourne” e agora dirige seu primeiro filme. Um destaque especial para a atriz Rene Russo - por sinal, esposa do diretor -, que aos 60 anos continua bonita e charmosa.

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