Se
no filme argentino “Abutres” (2010), dirigido por Pablo Trapero, Ricardo Darín
era um advogado à espreita e forjador de acidentes de trânsito para depois
ganhar indenizações das seguradoras, em “O ABUTRE” (“The Nightcrawler”),
2014, EUA, o ator Jake Gylenhaal é Louis
Bloom, um cinegrafista amador que filma ocorrências policiais de madrugada para
depois vender as imagens a telejornais matutinos. A cidade é Los Angeles, ou
seja, garantia de material farto. Bloom é um sujeito fracassado, desempregado e
trambiqueiro. Um dia, tem a ideia de se transformar numa espécie de paparazzo macabro, seguindo ambulâncias
e viaturas da polícia para filmar pessoas morrendo. Ele vende as imagens para
uma pequena emissora de TV local, cuja diretora de telejornais, Nina Romina
(Rene Russo), é adepta de notícias sensacionalistas e imagens chocantes para
elevar o índice de audiência. Bloom não tem escrúpulos em forjar situações, o
que inclui arrastar vítimas de acidente de trânsito para conseguir um ângulo de
filmagem melhor e ainda colocar seu assistente Rick (Riz Ahmed) em situações de
perigo. Sua ousadia chega ao cúmulo de, antes de a polícia chegar, invadir uma
casa para filmar os cadáveres de vítimas de um violento tiroteio. O filme é
muito bom, chega a ter cenas realmente eletrizantes, e Gylenhaal está ótimo
(merecia uma indicação ao Oscar). Chegou a emagrecer 10 quilos para fazer o
personagem ficar parecido, segundo ele próprio, com “um coiote faminto”. Dan
Gilroy, o diretor, é conhecido como roteirista de filmes como “O Legado Bourne”
e agora dirige seu primeiro filme. Um destaque especial para a atriz Rene Russo
- por sinal, esposa do diretor -, que aos 60 anos continua bonita e charmosa.
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