quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

 

“CRIME E DESEJO” (“ABOVE SUSPICION”), 2019, EUA, 1h41m, disponível na Netflix, direção do australiano Phillip Noyce, seguindo roteiro de Chris Gerolmo, que adaptou a história do livro escrito em 1993 pelo jornalista norte-americano Joe Sharkey, no qual relatou um caso verídico ocorrido no final dos anos 80, que culminou na prisão de Mark Putnam, que ficou famoso por ter sido o primeiro agente do FBI preso por assassinato. Putnam (Jack Huston) é enviado para uma pequena cidade do Kentucky, com a esposa Kathy e a filha pequena, para investigar uma série de assaltos a banco ocorridos na região. No início das investigações, o agente conhece Susan Smith (Emilia Clarke, de “Game of Thrones”), uma viciada em drogas que vive com o namorado Cash (Johnny Knoxville), o traficante local. Para aliviar sua barra com relação às drogas, Susan concorda em se tornar informante de Putnam, começando por denunciar o tal assaltante de bancos, que acaba preso pelo agente. Não demora muito e Putnam acaba entre os lençóis com Susan, o que, pouco mais tarde, será motivo para uma série de aborrecimentos, culminando com uma tragédia. Susan não quer ser apenas a “outra”. Quer que Putnam abandone a esposa e case com ela. A vida do agente acaba virando um verdadeiro inferno, a começar pelo fato dele ter desrespeitado um dos mandamentos sagrados do FBI: um agente jamais poderá levar um(a) informante para a cama. Putnam lembrará disso até o desfecho. Mesmo com a presença da atriz inglesa Emilia Clarke, a estrela da série “Game of Thrones”, e a história bastante interessante, pelo fato de ser baseada em fatos reais, o filme não deslancha como suspense, embora apresente uma reviravolta surpreendente no final – surpreendente para quem não conhece a história, é claro. Trocando em miúdos, “Crime e Desejo” não caiu nas graças da crítica especializada e nem nas minhas. Apenas um filme mediano, que pode ser visto para conhecer um fato que teve grande repercussão nos Estados Unidos. Espere até os créditos finais para conhecer o verdadeiro agente Mark Putnam, que aparece em vídeo concedendo uma entrevista após sair da cadeia. Encerro o comentário com uma curiosidade. O autor do livro que inspirou a história, o jornalista Joe Sharkey, foi um dos únicos sobreviventes do acidente aéreo ocorrido na região amazônica em 2006, quando um um Boeing da Gol colidiu com um jato executivo Legacy de uma empresa de táxi aéreo dos EUA, matando seus 154 passageiros e tripulantes. Sharkey estava no Legacy e conseguiu sobreviver.               

 

              

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