domingo, 11 de novembro de 2018


“A BELA E OS CÃES” (“AALA KAF IFRIT”), 2016, coprodução Tunísia/França, roteiro e direção da diretora tunisiana Kaouther Bem Hania. Inspirada em fatos reais ocorridos em 2012 em Túnis (capital da Tunísia) e relatados no livro “Culpada de Ser Estuprada”, de Mariem Ben Mohamed, a história é toda centrada na jovem Mariam (Mariam Al Ferjani), que, ao sair de uma balada acompanhada pelo jovem Youssef (Ghanem Zrelli), acaba sendo estuprada por dois policiais. Ela vai ao hospital pedir ajuda e pegar um atestado médico que comprovaria o que aconteceu. Os médicos se recusam a fazer o exame, exigindo um boletim de ocorrência. Só que, para isso, ela teria que ir à delegacia, onde possivelmente estariam seus agressores. O filme acompanha o dilema da jovem, que é tratada como se fosse a culpada de tudo o que aconteceu. Nesse contexto, o filme deve ser visto como uma denúncia contra uma sociedade machista e patriarcal – como acontece em quase todos os países árabes -, onde a mulher não passa de um ser de segunda classe. É terrível e angustiante assistir ao sofrimento da jovem Mariam, imaginando que tudo aconteceu de verdade. O filme tem grande impacto, embora o elenco seja muito fraco. A atriz Mariam Al Ferjani é gorducha demais para ser chamada de “Bela”, pelo menos para os padrões ocidentais. O filme estreou no Festival de Cannes 2017, competindo na mostra “Um Certain Regard”.      

Nenhum comentário: