quinta-feira, 8 de novembro de 2018


“HANNAH”, 2016, coprodução Itália/França, é o segundo longa-metragem escrito e dirigido pelo diretor italiano Andrea Pallaoro – o primeiro foi “Medeas”, de 2013. Hannah (Charlotte Rampling) é uma mulher na terceira idade que enfrenta uma fase bastante difícil. Seu marido foi para a prisão, o filho a rejeita e a velhice está chegando para acabar com qualquer sonho futuro. Hannah é o retrato da infelicidade. Parece que nada deu certo em sua vida. Para sobreviver, ela trabalha como faxineira em casas de alto luxo e suas únicas distrações são nadar de vez em quando na piscina de um clube e participar de aulas de interpretação teatral. Em nenhuma dessas atividades ela procura se socializar, fazer amizades. Sua atitude é de uma solitária crônica. O diretor preferiu o silêncio como forma de aumentar a dramaticidade da história. Há poucos diálogos, cenas muito longas e praticamente nenhuma resposta para perguntas evidentes: Por que o marido foi preso? Por que o filho a rejeita? Nada disso, porém, prejudica o desenrolar da trama. O filme é todo da inglesa Charlotte Rampling. Ela aparece praticamente em todas as cenas, comprovando que é uma senhora atriz – agora atriz senhora – na vida real, tem 72 anos. Seu desempenho é espetacular, trabalhando apenas com a expressão facial e entregando-se totalmente ao papel, incluindo algumas cenas de nudez que ela encara sem o menor pudor. Esse trabalho lhe garantiu o Prêmio de Melhor Atriz no 74º Festival Internacional de Veneza, em 2017.  

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