“HANNAH”, 2016,
coprodução Itália/França, é o segundo longa-metragem escrito e dirigido pelo
diretor italiano Andrea Pallaoro – o primeiro foi “Medeas”, de 2013. Hannah
(Charlotte Rampling) é uma mulher na terceira idade que enfrenta uma fase
bastante difícil. Seu marido foi para a prisão, o filho a rejeita e a velhice
está chegando para acabar com qualquer sonho futuro. Hannah é o retrato da
infelicidade. Parece que nada deu certo em sua vida. Para sobreviver, ela
trabalha como faxineira em casas de alto luxo e suas únicas distrações são
nadar de vez em quando na piscina de um clube e participar de aulas de
interpretação teatral. Em nenhuma dessas atividades ela procura se socializar,
fazer amizades. Sua atitude é de uma solitária crônica. O diretor preferiu o
silêncio como forma de aumentar a dramaticidade da história. Há poucos diálogos,
cenas muito longas e praticamente nenhuma resposta para perguntas evidentes: Por
que o marido foi preso? Por que o filho a rejeita? Nada disso, porém, prejudica
o desenrolar da trama. O filme é todo da inglesa Charlotte Rampling. Ela
aparece praticamente em todas as cenas, comprovando que é uma senhora atriz –
agora atriz senhora – na vida real, tem 72 anos. Seu desempenho é espetacular, trabalhando
apenas com a expressão facial e entregando-se totalmente ao papel, incluindo
algumas cenas de nudez que ela encara sem o menor pudor. Esse trabalho lhe
garantiu o Prêmio de Melhor Atriz no 74º Festival Internacional de Veneza, em
2017.
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