“A
AMANTE” (“INHEBBEK HEDI”), 2016, Tunísia/Bélgica/França, 88 minutos,
primeiro longa-metragem escrito e dirigido por Mohamed Ben Attia (o segundo é
de 2018, “Meu Querido Filho”) e produzido pelos belgas Luc e Jean-Pierre
Dardenne, conhecidos como os irmãos Dardenne, conceituados diretores de cinema.
Um aval e tanto para esta produção do cinema tunisiano. A história é centrada
no jovem Hedi (Majd Mastoura), de 25 anos, um sujeito tímido, inseguro e
completamente dominado pela mãe autoritária Baya (Sabah Bouzouita). Ele sente
um ciúme doentio do irmão mais velho Ahmed (Hakim Boumessoudi), que vive em
Paris e cuja esposa não se dá com sua mãe. Como é comum nos países árabes, as
famílias muçulmanas escolhem os parceiros para seus filhos. Baya escolhe a bela
e doce Khedija (Omnia Ben Ghali), de uma família tradicional da cidade, para
casar com Hedi. Mas ele não se entusiasma muito, mas aceita calado, quase mudo.
Até o dia em que seu chefe na concessionária Peugeot, onde trabalha como
vendedor, o envia a outra cidade, Mahdi, para prospectar novos clientes. No
hotel onde está hospedado, à beira-mar, ele conhece a fogosa Rim (Rym Ben Messaoud),
cinco anos mais velha, e inicia um romance proibido. Mais paixão do que amor,
na verdade. Hedi muda seu comportamento da água para o vinho, torna-se mais
falante e alegre. Até o desfecho da história, Hedi terá de decidir se casa com Khedija
ou foge do casamento para ficar com Rim. Além da história em si, o filme
explora com sensibilidade as tradições familiares dos tunisianos, o que o torna
ainda mais interessante. “A Amante” foi exibido por aqui na programação da 40ª Mostra
Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro de 2016. No mesmo ano, recebeu
dois prêmios no Festival de Berlim: Melhor Filme de Estreia e Melhor Ator (Majd
Mastoura). Vale a pena conferir!
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