“UM
HOMEM COMUM” (“AN ORDINARY MAN”), 2017, coprodução EUA/Sérvia,
1h30m, roteiro e direção de Brad Silberling. Um general criminoso de guerra,
responsável por genocídios praticados durante a Guerra da Bósnia, na antiga
Iugoslávia, é caçado por autoridades internacionais. Protegido por um grupo de antigos
oficiais e soldados fiéis, ele circula por Belgrado, na Sérvia, sem ser
molestado. Pelo contrário, é admirado pela população, que o trata como um herói
nacional. Interpretado pelo ator inglês Ben Kingsley, ele sempre diz,
orgulhoso, que cometeu os genocídios em nome da pátria e que é “o único criminoso
de guerra que nunca foi levado à justiça”. Ele é obrigado a trocar
constantemente de esconderijo e, num deles, aceita os serviços de Tanja (a
atriz islandesa Hera Hilmar), uma jovem contratada para ser sua empregada –
mais tarde, sua verdadeira função será revelada. O general é uma figura bem
desagradável, arrogante, grosseiro e autoritário, dono de uma mente perversa e
assassina – mais um show do ator inglês Ben Kinsgley. Esse lado psicológico de um criminoso de guerra é explorado com grande competência pelo diretor
norte-americano Brad Silberling, que escreveu o roteiro inspirado no general
sérvio Ratko Mladic, que ficou conhecido como “O Açougueiro da Bósnia”, um criminoso
de guerra que foi procurado durante 12 anos e finalmente preso, julgado e
condenado à prisão perpétua pelo Tribunal Internacional de Haia. O filme
apresenta uma nítida estrutura teatral, com apenas dois protagonistas em
evidência (o general e a empregada), sem praticamente nenhuma ação, apenas
diálogos. Na verdade, o filme é uma espécie de continuação de outro filme com o
mesmo nome, “Um Homem Comum” (“A Common Man”), de 2012, no qual Ben Kingsley
faz um terrorista que provoca atentados à bomba no Sri Lanka. Nenhum crítico
profissional percebeu esse detalhe, só este humilde cinéfilo. O filme ficou em cartaz no circuito comercial em várias cidades brasileiras em novembro e dezembro de 2018.
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