Grande vencedor do
Prêmio de Melhor Filme da Mostra “Um Certo Olhar” do Festival de Cannes 2017, “UM HOMEM ÍNTEGRO” (“Lerd” – o título
nos países de língua inglesa ficou “A Man of Integrity”), 120 minutos, Irã, roteiro
e direção de Mohammad Rasoulof, é uma crítica contundente ao governo iraniano,
autoridades públicas e policiais, denunciando a corrupção que impera no país
(não sei como passou pela rigorosa censura dos aiatolás). Bom lembrar que o
filme foi realizado clandestinamente em locações no norte do Irã. Quando voltou
dos Estados Unidos, onde participou de um festival que exibiu seu filme,
Mohammad Rasoulof teve confiscado seu passaporte para que não pudesse sair mais
do país - ele já tinha sido preso em 2010 juntamente com seu colega Jafar
Panahi. Para piorar ainda mais a situação de Rasoulof, “Um Homem Íntegro” também
foi premiado no Festival de Cinema de Jerusalém, o que aumentou ainda mais o
rosnar das autoridades iranianas. Bem, vamos à história: depois de ser demitido
como professor de uma escola de Teerã, Reza (Reza Akhlaghirad) resolve se mudar
com a esposa Hadis (Sondabeh Beizaee) e o filho para uma zona rural ao norte do
Irã, onde compra um terreno e monta um pequeno sítio para criar peixes dourados.
O negócio ia bem até que seu vizinho, um tal de Abbas, um rico empresário,
resolve um dia cortar o fornecimento de água. Ao reclamar, Reza acaba brigando
com Abbas, que o processa pelo fato de ter quebrado seu braço. Daí para a
frente, Reza viverá um verdadeiro inferno, terá que lidar com funcionários
judiciários e policiais que exigem propina – para desespero da sua esposa, Reza
não aceita o jogo dos corruptos e acaba sofrendo por isso. Ele e sua família. O
filme é excelente e um de seus maiores trunfos é, sem dúvida, além do primoroso roteiro, a grande atuação
da dupla de atores principais: Reza Akhlagfhirad e a belíssima Sondabeh Beizaee. Resumo da ópera: cinema da mais alta qualidade. Imperdível!
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