segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Representante oficial da Palestina na disputa do Oscar 2017 de Melhor Filme Estrangeiro, “O ÍDOLO” (“Ya Tayr El Tayer”) conta a história verídica do jovem cantor Mohammed Assaf, que em 2013 saiu de Gaza para vencer o Arab Idol – versão árabe do American Idol – no Cairo Opera House, na capital egípcia. Escrito e dirigido pelo israelense Hany Abu-Assad (dos ótimos “Paradise Now” e “Omar”), o filme pode ser visto em duas partes. A primeira mostra o garoto Assaf (Kaís Attalah) e sua turma querendo montar um grupo musical, sonho desfeito quando Nour, a irmã, fica gravemente doente. Ela sofre de insuficiência renal e precisa de um transplante. Numa das visitas que Assaf faz à irmã no hospital, ela pergunta por que contraiu a doença. Assaf responde que se ela fosse uma criança sueca não ficaria doente dessa forma. “Deve ser por causa das nossas frustrações”. Dá o que pensar. O filme dá um salto para 2012, quando Assaf (agora interpretado por Tawfeek Barhom) trabalha como motorista de táxi. Nessa parte, o diretor Abu-Assad explora a situação de calamidade vivida pela população de Gaza, com imagens de bairros inteiros destruídos pelos ataques de Israel. O desfecho, é claro, reproduz a vitória de Assaf no Arab Idol, com direito a imagens do verdadeiro cantor no dia em que venceu a disputa, tornando-se um grande herói para o povo palestino. Enfim, um filme biográfico e musical com pano de fundo político, com alguns momentos sensíveis e até comoventes, principalmente na primeira fase. Mas está longe de ser um grande filme ou merecedor de um Oscar.                                           
 

              

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