segunda-feira, 10 de maio de 2021

 

“TUDO POR ELA” (“RIDE OR DIE”), 2020, Japão, 2h22m, disponível na Netflix desde 15 de abril de 2021, roteiro e direção de Ryuichi Hiroki. Na criação do roteiro, Hiroki se inspirou na série de mangá “Gunjo”, escrita e ilustrada por Ching Nakamura. Trata-se de um drama centrado em duas amigas lésbicas, Rei Nagasawa (Kiko Mizuhara) e Nanae Shinoda (Honami Satô). Elas se conhecem na adolescência, numa aula de artes, e se apaixonam – essa fase é apresentada em flashbacks durante a narrativa. Mas logo depois as duas se afastam e voltam a se reencontrar apenas dez anos depois. Rei agora mora com uma nova namorada e Nanae está casada com um homem rico, mas violento, acostumado a espancá-la com violência. Em nome da velha amizade e do amor que as unia, Rei mata o marido da amiga e as duas fogem sem destino – fica evidente a menção ao clássico “Thelma & Louise”, de Ridley Scott, grande sucesso de 1991 (com a diferença de que as personagens de Genna Davis e Susan Sarandon não eram lésbicas). Daqui para a frente, o filme japonês ingressa na fase do road movie e também do tédio. O filme se arrasta, num ritmo lento e angustiante, com muita conversa jogada fora, diálogos na base da psicologia barata, sem qualquer resquício de inteligência. As duas moças choram e gargalham o tempo inteiro, demonstrando uma demência histérica. Haja paciência para chegar até o final das mais de duas horas de projeção. Nudez frontal e sexo quase explícito também fazem parte da receita apelativa de “Tudo por Ela”. Há, porém, dois fatos que merecem destaque. Primeiro, a beleza da atriz Rei Nagasawa, que também é modelo de sucesso. Segundo, as imagens de Tóquio, primorosamente fotografadas, principalmente nas cenas noturnas. Trocando em miúdos, o resultado final não favorece uma recomendação entusiasmada.                       

        

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