“MANUSCRITOS NÃO
QUEIMAM” (“DAST-NEVESHTEHAA NEMISOOSAND”), 2013, Irã, 2h14m. Polêmico thriller político escrito
e dirigido por Nohammad Rasoulop, que teve a coragem de desafiar, novamente, o
governo iraniano. Desde 1910, quando foi preso por fazer filmes denunciando a
censura e a repressão existentes no país, Rasoulop estava proibido de
trabalhar. Além disso, seu passaporte foi confiscado pelas autoridades
iranianas, que impediram sua viagem à Alemanha para participar do Festival
Internacional de Direitos Humanos de Nuremberg. As filmagens de “Manuscritos
não Queimam” foram realizadas clandestinamente e, por questão de segurança, os
nomes dos atores e da equipe técnica não aparecem nos créditos. Claro que o
filme foi proibido no Irã, mas foi aclamado no Festival de Cannes 2013, onde
conquistou o prêmio FIPRESCI da Mostra “Um Certo Olhar”. Sua exibição terminou
com o público aplaudindo de pé. Por aqui, somente foi exibido no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, em 2013. O filme denuncia um caso verídico ocorrido anos
antes envolvendo uma tentativa do governo iraniano de assassinar 21 escritores
num atentado que não deu certo. A história toda está contada nos manuscritos
guardados na casa de um poeta. Os assassinos de aluguel Morteza e Khosrow
ficaram encarregados de encontrá-los e assassinar o seu autor. Confesso que até
bem depois da metade do filme fique especulando, sem entender, o que estava
acontecendo. Mas logo depois, além de entender, deu para sentir a força
impactante dessa produção clandestina iraniana. Não digo que seja um filmaço,
mas muito poderoso pela denúncia. Só para espectadores que curtem filmes
políticos.
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