“A CAMINHO
DA FÉ” (“COME SUNDAY”), 2018, EUA, 1h46m, direção de Joshoa Marston, seguindo
roteiro de Marcus Hinchey. Trata-se de um drama com fundo religioso, baseado em
fatos reais, relembrando uma história que teve grande repercussão nos Estados
Unidos no final da década de 80 e nos anos 90. Carlton Pearson (Chiwetel
Ejiofor, de “12 Anos de Escravidão”), pastor da Igreja Pentecostal de Deus em
Cristo, era na época um religioso famoso em todo território norte-americano – sua
sede era em Tulsa, Oklahoma. Ele tinha um programa de televisão e seus cultos
lotavam salões até com 6 mil pessoas. Ficou famoso por reunir brancos e negros
para ouvir seus sermões e cantar hinos religiosos. Uma celebridade religiosa
muito respeitada. Um dia, porém, ao assistir pela TV imagens de Ruanda (África)
mostrando crianças morrendo de fome e o povo sendo dizimado numa violenta
guerra civil, Pearson passou a contestar alguns dogmas da Bíblia, como a
existência do Inferno e que tanto os cristãos como os não-cristãos serão salvos
no dia do julgamento final. Referindo-se à questão de Ruanda, Pearson perguntou
às pessoas em seu culto de domingo: “Será que Deus mandaria essas pessoas para
o Inferno só porque elas não são cristãs? O Inferno realmente existe?”. Foi um
escândalo para os seus seguidores, inclusive para seu chefe religioso, o bispo
Oral Roberts (Martin Sheen). Pearson foi chamado de herege por questionar a
doutrina cristã. Em meio a essa polêmica, que virou manchete nos meios de
comunicação, Pearson aceita participar de um debate teológico com o conjunto de
bispos pentecostais afro-americanos, resultando numa das sequências mais impactantes
do filme. Ainda participam do elenco Condola Rashãd como Gina, a esposa do
pastor, Jason Segel, Lakeith Stanfield e Danny Glover. Mas o dono do filme é mesmo o ator Chiwetel Ejiofor, num desempenho magistral. Embora não tenha caído
nas graças da crítica, eu achei o filme bastante interessante, principalmente
por nos fazer refletir sobre as opiniões de Pearson e a fé religiosa. Recomendo.
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