“LOST GIRLS – OS CRIMES DE
LONG ISLAND” (“LOST GIRLS”), 2020, Estados Unidos, produção
Netflix, 1h35m, primeiro longa-metragem dirigido por Liz Garbus, conhecida e
premiada documentarista. O roteiro foi escrito por Michael Werwie, que adaptou
as informações fornecidas pelo livro “Lost Girls: An Unsolved American Mistery”,
escrito pelo jornalista Robert Kolker. A história é baseada num caso real ocorrido
em 2011 que chocou os Estados Unidos. Cerca de 16 mulheres foram encontradas
mortas na região de Long Island (ilha ao sudeste de Nova Iorque). A maioria
garotas de programa. As características dos homicídios faziam supor de que se
tratava de um serial killer. Desde o início, a polícia não deu muita
importância ao caso, ficando evidente que as vítimas, por serem prostitutas,
não mereciam um esforço maior. Resumindo, o assassino não foi preso até hoje. O
foco principal de “Lost Girls” está todo direcionado para Mari Gilbert (a
excelente Amy Ryan), a primeira mãe a exigir da polícia um empenho maior para
encontrar sua filha mais velha desaparecida, Shannan (Sarah Wisser). Quando a
polícia resolveu se mexer, quatro corpos de mulheres foram encontrados – mais
tarde, outros tantos. Sob a pressão da imprensa e da opinião pública, as investigações
foram finalmente reforçadas. Sempre ao lado das filhas menores Sherre (Thomasin
McKenzie) e Sarra (Oona Lawrence), Mari Gilbert não deu sossego ao detetive
Richard Dormer (papel do ator irlandês Gabriel Byrne), além de denunciar o
descaso policial para a mídia. Maria chegou até a participar de um grupo de
mães e familiares de jovens desaparecidas, o que virou pauta nos principais
meios de comunicação dos EUA, transformando o caso numa grande comoção
nacional. O filme é muito bom, repleto de suspense e muita tensão. Para reforçar
o enfoque realista do caso, a diretora Liz Garbus acrescentou inúmeras cenas dos
noticiários dos telejornais da época. Antes dos créditos finais, a verdadeira
Mari Gilbert aparece dando uma entrevista – em 2016, ela seria assassinada pela
própria filha Sarra. Como dizia minha vó, “desgraça pouca é bobagem”. Resumo da
ópera, aliás da tragédia grega: vale a pena assistir “Lost Girls”. Está lá à
disposição na plataforma Netflix.
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