quinta-feira, 28 de maio de 2020



“A MULHER MAIS ODIADA DOS ESTADOS UNIDOS” (“THE MOST HATED WOMAN IN AMERICA”), 2017, Estados Unidos, 1h31m – está no catálogo da Netflix. O roteiro e a direção são assinados por Tommy O’Haver. Trata-se do filme biográfico de Madalyn Murray O’Hair, uma dona de casa que nos anos 60 do século passado conseguiu que a Suprema Corte dos EUA derrubasse a obrigatoriedade da leitura da Bíblia nas escolas públicas. Madalyn defendia sua causa afirmando que “A religião é uma questão privada e só deveria ser celebrada dentro de casa ou das igrejas”. Madalyn também questionou a realização de cerimônias religiosas semanais na Casa Branca e contestou a inclusão da frase “In God We Trust” (“Em Deus Nós Confiamos”) nas moedas e notas de dólar. Não bastasse tudo isso, ainda conseguiu que a Constituição do Estado do Texas eliminasse a exigência de acreditar em Deus para os candidatos a cargos públicos. Além disso, ainda participava de debates com padres e pastores, transmitidos pela TV, durante os quais falava um monte de palavrões, ofendia Deus, o Papa e os santos, como também rasgava as Bíblias que estivessem ao seu alcance. Imaginem a repercussão negativa que isso causou num país onde 70% da população segue a religião cristã. Tanto é que, em 1964, ganhou capa na famosa revista Life com o título “The Most Hated Woman in America” ao lado de sua foto. Ao mesmo tempo, fundou a associação “Ateístas da América”, que durante muitos anos arrecadou tantas doações que Madalyn ficou milionária, o que seria motivo para o seu fim trágico, em 1995, quando foi sequestrada, juntamente com seu filho e neta. O filme conta isso e mais um pouco, como as maracutaias de Madalyn (Melissa Leo) para ganhar dinheiro e enganar o fisco. Ela chegou até mesmo a encenar uma farsa com um pastor da igreja cristã – papel vivido por Peter Fonda num de seus últimos filmes antes de morrer, em 2019 – para lucrar ainda mais. Além de Melissa Leo e Peter Fonda, estão no elenco Juno Temple, Adam Scott, Josh Lucas e Machel Chernus. Mas quem carrega o filme nas costas é mesmo Melissa Leo, atriz norte-americana de 59 anos que já tem um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por “The Fighter” (2011). “A Mulher mais Odiada dos Estados Unidos” é muito bom, tem um roteiro bem elaborado e atuações bastante competentes.

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