quarta-feira, 1 de abril de 2020


Não é sempre que a gente descobre uma joia como o criativo e original “UMA MULHER EM GUERRA” (“KUNA FER I STRÍD”; nos países de língua inglesa, “Woman at War”), 2018, Islândia, 1h41m, segundo longa-metragem do ator e cineasta islandês Benedikt Erlingsson. A história é centrada na cinquentona Halla (Halldora Geirhardsdottir), uma ativista ambiental que resolve sabotar as linhas de energia nas montanhas de sua região como forma de protesto contra uma fundição de alumínio, que estaria poluindo os rios e o meio ambiente de seu país. Sua guerra particular acaba tomando proporções enormes, mobilizando a imprensa do país e suas autoridades, que iniciam uma verdadeira caçada contra “os terroristas” que querem destruir a economia da Islândia. Halla tem uma vida dupla, alternando suas atividades de ativista com a de professora de música. Ela é a respeitável cidadã responsável pelo coral da terceira idade de sua vila, um disfarce que não admite erros. Sua perspectiva tende a mudar quando ela recebe uma carta de uma Ong responsável pela adoção de crianças órfãs originárias de países em conflito. Era a resposta que ela aguardava há quatro anos: a Ong tinha descoberto uma menina na Croácia que estava à sua disposição para adoção. Juntamente com essa novidade, surge em cena Ása (papel da própria Halldora), irmã gêmea de Halla. As duas devem resolver a questão estratégica da adoção, pois é exigido que Halla vá à Croácia buscar a criança. Antes disso, porém, Halla quer fazer mais uma sabotagem, desta vez mais contundente. Em algumas cenas, aqui beirando o surreal, músicos e cantoras folclóricas acompanham as ações de Halla, um recurso que lembra os coros de teatro grego. Além de muito movimentado, o filme reúne gêneros como drama, comédia, política e consciência ambiental. O filme estreou no Festival de Cannes 2018, sendo indicado para o grande prêmio “Critics’ Week”. Além disso, foi vencedor do 12º Prêmio Lux de Cinema, premiação promovida pelo Parlamento Europeu. “Uma Mulher em Guerra” também representou a Islândia no Oscar 2019 como Melhor Filme Internacional. Por aqui, chegou a ser exibido durante a programação oficial da 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro de 2018. A atriz e diretora norte-americana Jodie Foster gostou tanto do filme islandês que já está filmando um remake nos Estados Unidos. Enfim, “Uma Mulher em Guerra” é um filme genial, uma verdadeira pérola do cinema mundial. IMPERDÍVEL com letras maiúsculas!   

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