“GREEN
BOOK: O GUIA” (“Green Book”), 2018, EUA, 2h10m, roteiro e
direção de Peter Farrelly. Antes de assistir a esta pérola, vi “Bohemian
Raphsody” e “A Favorita”, outros dois fortes concorrentes ao Oscar 2019 de
Melhor Filme. Achei que um desses dois ganharia o prêmio. Se tivesse visto “Green
Book” antes da noite da premiação, apostaria nele todas as minhas fichas. Sem
dúvida, um filme maravilhoso, sensível, divertido, enfim, cinema da melhor
qualidade. O trunfo maior, porém, além da interessante história baseada em
fatos reais, é a dupla de atores Viggo Mortensen e Mahershala Ali. Eles
interpretam, respectivamente, o grosseirão Frank “Toni Lip” Vallelonga e o
refinado pianista Don Shirley. O filme é ambientado em 1962 – a reconstituição
da época é sensacional. Toni Lip trabalhava como segurança na discoteca
Copacabana, em Nova Iorque. Quando o estabelecimento fechou para reformas, que
durariam mais ou menos três meses, Toni arrumou um “bico” de motorista,
assistente e segurança do pianista Don Shirley, um dos mais conceituados músicos
de jazz que fazia enorme sucesso com seu “Trio Don Shirley”. Shirley e seu
grupo foram contratados para uma turnê em várias cidades do sul, a região mais
racista do país. O gozado da situação é que Toni Lip era um racista convicto e
que seria obrigado a ter um chefe negro. É desse contexto que Farrelly conseguiu
criar as mais hilariantes situações, principalmente no que se refere aos
diálogos entre o motorista e seu chefe. Desta vez, Peter não trabalhou com seu
irmão Bob, conhecidos como os irmãos Farrelly, responsáveis por ótimas comédias
como “Debi & Lóide – Dois Idiotas em Apuros”, “Eu, Eu Mesmo & Irene” e “Quem
vai Ficar com Mary?”. Além de dirigir “Green Book”, Peter escreveu o roteiro
juntamente com Nick Vallelonga (filho de Toni na vida real) e Brian Hayes
Currie. Por seu trabalho em “Green Book”, Mahershala Ali conquistou o prêmio
de Melhor Ator Coadjuvante. Merecido. Viggo Mortensen concorreu a Melhor Ator,
perdendo para Rami Malek, o Fred Mercury de “Bohemian Raphsody”. Mortensen era
o grande favorito, pois antes do Oscar já havia sido premiado pela AACTA
Internacional Award, pelo Critic’s Choise Award, pelo Bafta, Sindicato dos
Atores e pelo Globo de Ouro. Sua atuação é mesmo fantástica. Ele chegou a engordar
20 quilos para interpretar Toni. Como informação adicional, lembro que o Green
Book era um livro/guia de hotéis e restaurantes do sul dos EUA que aceitavam
afrodescendentes. Quem ainda não assistiu está perdendo a oportunidade de
conhecer um dos melhores filmes dos últimos anos. Imperdível!
Nenhum comentário:
Postar um comentário