quarta-feira, 6 de março de 2019


“DEDE”, 2017, Georgia, 97 minutos, primeiro longa-metragem dirigido pela diretora Mariam Khatchvani, com roteiro de Vova Kacharava e Irakli Solomonashvili. Esse drama pesado, não fosse georgiano, seria um legítimo drama mexicano. Tem muita tragédia, brigas de famílias que geralmente terminam em morte, casamentos arranjados, mulheres e homens infelizes, pobreza... e por aí afora, sem contar com os cenários de muita neve e um frio de congelar os ossos. A história é toda ambientada em 1992 – logo após a guerra da independência - num vilarejo remoto na zona rural e montanhosa do interior da Geórgia, ex-república soviética. Num arranjo entre as respectivas famílias, a jovem Dina (Nadia Vibliani) está prometida em casamento para um homem que ela não ama. O preferido dela é o jovem Gegi (George Babluani), que por uma infelicidade é amigo do noivo. Dina desmarca o casamento, gerando uma guerra entre as famílias. É nesse contexto dramático que a trama segue até o seu desfecho. O mais interessante desse ótimo drama georgiano é o destaque dado às tradições locais, a principal delas o papel sempre subserviente e humilhante destinado às mulheres. Com exceção de três ou quatro atores profissionais, o restante do elenco é todo constituído por pessoas do próprio vilarejo, o que dá ao filme uma autenticidade e um realismo especiais. Só para lembrar, a Geórgia é um país da Europa Oriental que faz fronteira com Azerbaijão, Armênia e Turquia. A língua oficial é a suana, falada também no filme. Resumo da ópera: “Dede” é excelente. Assisti-lo é uma ótima oportunidade para conhecer um pouco do pouco conhecido cinema georgiano. Para concluir: o filme estreou no Festival Internacional de Cinema de Karlovy  Vary, na República Tcheca, com muitos elogios da crítica e do público.   

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