“DEDE”, 2017,
Georgia, 97 minutos, primeiro longa-metragem dirigido pela diretora Mariam
Khatchvani, com roteiro de Vova Kacharava e Irakli Solomonashvili. Esse drama
pesado, não fosse georgiano, seria um legítimo drama mexicano. Tem muita
tragédia, brigas de famílias que geralmente terminam em morte, casamentos
arranjados, mulheres e homens infelizes, pobreza... e por aí afora, sem contar
com os cenários de muita neve e um frio de congelar os ossos. A história é toda
ambientada em 1992 – logo após a guerra da independência - num vilarejo remoto
na zona rural e montanhosa do interior da Geórgia, ex-república soviética. Num
arranjo entre as respectivas famílias, a jovem Dina (Nadia Vibliani) está
prometida em casamento para um homem que ela não ama. O preferido dela é o
jovem Gegi (George Babluani), que por uma infelicidade é amigo do noivo. Dina
desmarca o casamento, gerando uma guerra entre as famílias. É nesse contexto dramático
que a trama segue até o seu desfecho. O mais interessante desse ótimo drama
georgiano é o destaque dado às tradições locais, a principal delas o papel sempre
subserviente e humilhante destinado às mulheres. Com exceção de três ou quatro
atores profissionais, o restante do elenco é todo constituído por pessoas do próprio vilarejo, o que dá ao filme uma autenticidade e um realismo especiais. Só para
lembrar, a Geórgia é um país da Europa Oriental que faz fronteira com Azerbaijão,
Armênia e Turquia. A língua oficial é a suana, falada também no filme. Resumo
da ópera: “Dede” é excelente. Assisti-lo é uma ótima oportunidade para conhecer um pouco do pouco conhecido cinema georgiano. Para concluir: o filme estreou no Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary, na República Tcheca, com muitos elogios da crítica e do público.
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