“O QUE AS PESSOAS VÃO DIZER” (“HVA
VIL FOLK SI”, título original em norueguês, e “What Will People Say” nos países
de língua inglesa), 2018, Noruega, 1h46m, roteiro e direção da norueguesa Iram
Haq (seu segundo longa-metragem). O filme foi selecionado para representar a
Noruega na disputa do Oscar 2019 de Melhor Filme, mas não emplacou, embora seja
ótimo. Trata-se de um drama cujo pano de fundo é o radicalismo paterno, comum
entre as famílias muçulmanas. A história é centrada na jovem Nisha (Maria
Mozhdah), nascida e criada em Oslo, capital da Noruega. Aos 16 anos, ela vai a
baladas, namora, fuma um baseado de vez em quando, enfim, tudo o que uma garota
ocidental está acostumada a fazer. Nisha faz tudo isso bem escondida dos pais
imigrantes paquistaneses, Mirza (Adil Hussain) e Najma (Ekavali Khanna), radicais
à beira do fundamentalismo quanto às tradições culturais e religiosas de seu
país de origem. Quando Nisha é surpreendida com o namorado nas preliminares,
seu Mirza acaba espancando o rapaz. O caso termina na delegacia. Najma, a mãe,
se desespera: “O que os outros vão dizer?”. Essa preocupação diz respeito,
claro, à reputação não só de Nisha, mas de toda a sua família. Depois disso, o
pai, num acesso de ódio, decide levar a filha à força para Islamabad
(capital do Paquistão), para a casa de sua irmã. Nisha tenta se adaptar aos
costumes da família, mas acaba se envolvendo com um primo. Aí a coisa piora de
vez. Nisha é obrigada a voltar para Oslo, onde curtirá mais alguns momentos de
infelicidade. A gota d’água acontece quando a família arranja um marido
paquistanês residente no Canadá para casar com Nisha. O filme, falado em
norueguês e urdu, é muito bom e impactante, apresentando uma realidade presente
há séculos nas famílias muçulmanas, onde a mulher é desconsiderada como cidadã.
Filmaço!
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