“O
TERCEIRO ASSASSINATO” (“SANDOME NO SATISUJIN”), 2017, Japão,
roteiro e direção de Kirokazu Kore-eda. Trata-se de um drama jurídico centrado
no julgamento de Misumi (Koji Yakusho), que matou seu chefe a golpes de chave
inglesa num terreno abandonado à beira de um rio, queimou o corpo e fugiu, mas
logo foi capturado. Acreditando estar agindo para se livrar da pena de morte,
ele confessa o crime e vai para a cadeia aguardar o julgamento. O conceituado
advogado Tomoaki Shigemori (Masaharu Fukuyama) aceita a missão de defendê-lo e
mobiliza toda a sua equipe para descobrir tudo sobre a vida pregressa do réu.
Shigemori fica sabendo, por exemplo, que seu próprio pai, juiz na época, foi
quem condenou Misumi a cumprir uma longa pena depois de considerado culpado por
outro crime. Ao realizar as entrevistas com familiares do réu e da vítima,
amigos e prováveis testemunhas, Shigemori percebe que está no meio de verdades
desconexas e declarações contraditórias. Misumi, inclusive, toda hora muda a
versão do crime. Afinal, o que está acontecendo? O grande trunfo desse ótimo
filme de tribunal são os diálogos entre advogado e seus entrevistados, verdadeiros
embates psicológicos que fortalecem ainda mais uma trama bem urdida por um
roteiro de muita qualidade. Sem dúvida, mais uma obra instigante, provocadora e
fascinante deste Kore-eda, que é considerado o melhor roteirista e diretor
japonês em atividade, responsável por filmes como “Depois da Vida”, “Ninguém pode
Saber”, “Seguindo em Frente e “Pais e Filhos", este último vencedor do Prêmio Especial
do Júri do Festival de Cannes 2013. Assisti a quase todos e passei a admirar o grande diretor japonês. “O Terceiro Assassinato” é mais um
excelente trabalho de Kore-Eda. Imperdível!
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