Se você acha que já viu tudo
no cinema, prepare-se para ter uma surpresa: um faroeste sul-africano. Estou
falando de “CINCO DEDOS POR MARSELHA” (“Five
Fingers for Marseilles”), 2018,
escrito e dirigido por Michael Matthews. O filme é todo falado em sesoto (língua
oficial da África do Sul e do Lesoto) e ambientado numa comunidade pobre
chamada “Trilho", na periferia da cidade de Marselha, nos cafundós da África do
Sul. Conta a história de um grupo de amigos que na adolescência resolveu
intitular-se “Cinco Dedos”, tipo aquela velha história “Um por todos, todos por
um”. Quando ainda eram bem jovens, enfrentam a opressão policial matando um
agente da lei. O responsável foi Tau, que fugiu da cidade para não ser preso.
Os outros quatro amigos ficaram e cresceram com a cidade. Vinte anos depois,
Tau (Vuyo Dabula) retorna e percebe que nada mudou. Pior, além da polícia
corrupta, a população ainda tem de sofrer nas mãos de malfeitores sanguinários.
Tau e uns poucos corajosos, incluindo um gringo e um chinês, resolvem “limpar”
Marselha, salvando a população dos bandidos. A história é muito parecida com
filmes que já vimos no cinema, como os faroestes “spaghettis” de Sérgio Leone,
nas décadas de 60 e 70, quando o mocinho chega à cidade e vira herói depois de
eliminar as gangues de criminosos. Tem até a silhueta de um cavalo no fim da tarde,
assinatura visual de dezenas de faroestes. Apesar da boa intenção, este western peca pelo amadorismo da
produção. As cenas de ação, tiros etc., por exemplo, são de uma infantilidade
atroz, muito malfeitas. Além disso, já viram um faroeste onde só aparece um
cavalo em cena? Dá para sentir muita saudade dos filmes do Clint Eastwood, John
Wayne, Giuliano Gemma...
Nenhum comentário:
Postar um comentário