quinta-feira, 11 de outubro de 2018


Se você acha que já viu tudo no cinema, prepare-se para ter uma surpresa: um faroeste sul-africano. Estou falando de “CINCO DEDOS POR MARSELHA” (“Five Fingers for Marseilles”), 2018, escrito e dirigido por Michael Matthews. O filme é todo falado em sesoto (língua oficial da África do Sul e do Lesoto) e ambientado numa comunidade pobre chamada “Trilho", na periferia da cidade de Marselha, nos cafundós da África do Sul. Conta a história de um grupo de amigos que na adolescência resolveu intitular-se “Cinco Dedos”, tipo aquela velha história “Um por todos, todos por um”. Quando ainda eram bem jovens, enfrentam a opressão policial matando um agente da lei. O responsável foi Tau, que fugiu da cidade para não ser preso. Os outros quatro amigos ficaram e cresceram com a cidade. Vinte anos depois, Tau (Vuyo Dabula) retorna e percebe que nada mudou. Pior, além da polícia corrupta, a população ainda tem de sofrer nas mãos de malfeitores sanguinários. Tau e uns poucos corajosos, incluindo um gringo e um chinês, resolvem “limpar” Marselha, salvando a população dos bandidos. A história é muito parecida com filmes que já vimos no cinema, como os faroestes “spaghettis” de Sérgio Leone, nas décadas de 60 e 70, quando o mocinho chega à cidade e vira herói depois de eliminar as gangues de criminosos. Tem até a silhueta de um cavalo no fim da tarde, assinatura visual de dezenas de faroestes. Apesar da boa intenção, este western peca pelo amadorismo da produção. As cenas de ação, tiros etc., por exemplo, são de uma infantilidade atroz, muito malfeitas. Além disso, já viram um faroeste onde só aparece um cavalo em cena? Dá para sentir muita saudade dos filmes do Clint Eastwood, John Wayne, Giuliano Gemma...    
 

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