"PORTO", 2016, coprodução EUA/França/Portugal/ Polônia - um dos produtores executivos é o consagrado diretor norte-americano Jim Jarmusch, um aval e tanto. Para contar a história de amor entre o
norte-americano Jake Kleenar (Anton Yelchin) e a francesa Mati Vargnier (Lucie
Lucas), o diretor e roteirista brasileiro Gabe Klinger escolheu como cenário a
cidade portuguesa do Porto, daí o título. Os dois se conhecem num canteiro de
escavação arqueológica, se encontram num restaurante/café, caminham pela cidade
e acabam entre lençóis – as cenas de sexo são muito bem elaboradas, feitas com
bom gosto, mesmo que cheguem perto do explícito. Na verdade, o que aconteceu
foi apenas o chamado sexo casual de uma noite entre duas pessoas muito carentes
– de sexo, principalmente. Com idas e vindas em flashbacks, Klinger costurou um
roteiro bastante criativo e interessante para contar, primeiro, a história de vida de Kleenar e
depois a de Mati, culminando com o encontro dos dois para a tal noite. Considero
como maior destaque do filme a fotografia de Wyatt Garfield, principalmente
quando são exibidas belas imagens da cidade do Porto, as quais exploram as
luzes da noite, do amanhecer e do entardecer. Os cenários são deslumbrantes. Lembro que se
trata do primeiro longa-metragem escrito e dirigido por Klinger, nascido em São
Paulo em 1982 e radicado há anos nos Estados Unidos. O filme é dedicado
ao jovem ator Anton Yelchin, que morreu em Los Angeles aos 27 anos em junho de
2016, poucos meses após o término das filmagens – este foi seu último filme
como protagonista. Recomendo “Porto”
como um belo exercício de cinema para curtir em clima de sessão de arte. Por aqui, foi exibido durante a programação da 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro de 2016.
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