sexta-feira, 6 de julho de 2018


"PORTO", 2016, coprodução EUA/França/Portugal/ Polônia - um dos produtores executivos é o consagrado diretor norte-americano Jim Jarmusch, um aval e tanto. Para contar a história de amor entre o norte-americano Jake Kleenar (Anton Yelchin) e a francesa Mati Vargnier (Lucie Lucas), o diretor e roteirista brasileiro Gabe Klinger escolheu como cenário a cidade portuguesa do Porto, daí o título. Os dois se conhecem num canteiro de escavação arqueológica, se encontram num restaurante/café, caminham pela cidade e acabam entre lençóis – as cenas de sexo são muito bem elaboradas, feitas com bom gosto, mesmo que cheguem perto do explícito. Na verdade, o que aconteceu foi apenas o chamado sexo casual de uma noite entre duas pessoas muito carentes – de sexo, principalmente. Com idas e vindas em flashbacks, Klinger costurou um roteiro bastante criativo e interessante para contar, primeiro, a história de vida de Kleenar e depois a de Mati, culminando com o encontro dos dois para a tal noite. Considero como maior destaque do filme a fotografia de Wyatt Garfield, principalmente quando são exibidas belas imagens da cidade do Porto, as quais exploram as luzes da noite, do amanhecer e do entardecer. Os cenários são deslumbrantes. Lembro que se trata do primeiro longa-metragem escrito e dirigido por Klinger, nascido em São Paulo em 1982 e radicado há anos nos Estados Unidos. O filme é dedicado ao jovem ator Anton Yelchin, que morreu em Los Angeles aos 27 anos em junho de 2016, poucos meses após o término das filmagens – este foi seu último filme como protagonista. Recomendo “Porto” como um belo exercício de cinema para curtir em clima de sessão de arte. Por aqui, foi exibido durante a programação da 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro de 2016.                               

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