quarta-feira, 30 de abril de 2014

“Parada em pleno curso” (“Halt auf freier Strecke”), 2011, é um drama alemão realista e muito comovente. Começa o filme com Frank Lange, de 42 anos, ao lado da esposa, Simone, ouvindo o diagnóstico do médico: tumor maligno na cabeça em local inoperável. Mesmo com radioterapia e quimioterapia, alguns meses de vida. A partir daí, o filme vai mostrar o dia-a-dia da família (o casal e dois filhos, um de 14 e outro de 8 anos) e como vão enfrentar a trágica situação até a morte de Frank. Vai mostrar, por exemplo, a inocência de uma criança de 8 anos ao ter que lidar com a situação. O garoto pergunta a Frank se ele vai morrer mesmo. Frank responde que sim. E o filho pergunta: “Você me dá o seu iPhone?”. O diretor Andreas Dresen faz com que o espectador tenha a sensação de participar de cada momento angustiante, de interagir emocionalmente com o doente e sua família. Estamos lá na hora em que o médico dá o diagnóstico fatal, estamos lá nas consultas com psicólogos, vivenciamos a visita que o casal faz à empresa de cremação para escolher o caixão e a trilha sonora (ele escolhe The Cure e Nirvana) e acompanhamos de perto todo o processo do avanço da doença. Sem dúvida, quem já passou por uma situação semelhante vai se emocionar ainda mais. Com exceção de Milan Peschel, que vive Frank, e Steffi Kühnert (Simone), o restante do elenco é formado por amadores. Aliás, os médicos, psicólogos e enfermeiros que aparecem no filme são os mesmos profissionais na vida real. Aí você vai compreender a frieza com que o médico dá o diagnóstico do câncer na cena inicial. Um ator não conseguiria ser tão frio. O filme estreou no Festival de Cannes em 2011 e ganhou o prêmio “Um Certain Regard”. Um filme capaz de nos fazer refletir e  emocionar.  

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