“UN PADRE
NO TAN PADRE”
(padre em espanhol quer dizer pai), 2016, México, 1h34m, disponível na Netflix,
direção de Raúl Martinez Resendez e roteiro de Alberto Bremer. Em outros
tempos, esta comédia mexicana seria chamada de uma grande bobagem, plenamente
descartável. Mas nessa atual fase de pandemia e tristeza, pode ser encarado com um entretenimento
agradável de assistir. Na verdade, é um filme que pode ser dividido em duas
partes. Na primeira, que vai até pouco mais da metade da projeção, é uma
comédia que realmente faz rir. Na segunda parte, o enredo desanda de vez,
transformando-se num dramalhão entediante. Mas a parte da comédia, a primeira, funciona
muito bem e garante boas risadas. Vamos à história. Don Servando Villegas
(Héctor Bonilla), beirando os 90 anos, é um velho rabugento, brigão, arrogante,
homofóbico e racista. É o demônio em pessoa. Ele é o horror da casa de repouso em
que vive há anos. Ninguém gosta dele, nem os internos e muito menos os
enfermeiros. Ele é prepotente ao extremo, dá ordens como se fosse um general e
bengaladas em quem não se comportar como ele exige. Chega o dia em que a
direção do asilo resolve expulsá-lo, depois que ele agrediu dois funcionários,
um deles filho do próprio diretor. Sobrou para o filho Francisco, o “Fran”
(Benny Ibarra), que nunca se deu com o pai. Fran vive numa comunidade na base do estilo
hippie, todos vegetarianos e amantes de um bom baseado – um deles, inclusive,
planta a maconha no jardim da casa. A chegada do velho Servando tumultua a vida
da “família” hippie, gerando ótimas sequências de humor. Só que tudo vira um
drama entediante depois da segunda metade da projeção, o que acaba prejudicando
o resultado final. Para quem era viciado na série “Chaves” talvez lembre do ator Héctor Bonilha, que apareceu em alguns capítulos como o galã que chega à vila e faz o coração da
mulherada bater mais forte. Trocando em miúdos, “Un Padre no Tan Padre” é uma
divertida comédia e um drama entediante. Só a primeira parte vale a pena.
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