“MADAM
CHIEF MINISTER”, 2020, Índia, 2h4m, disponível na Netflix, roteiro e direção de Subhash Kapoor.
Trata-se de um drama político aparentemente ficcional, mas que revela muito sobre o que
acontece nos bastidores da política indiana. Se você acha que a política
brasileira é podre, assista a esta produção de Bollywood e você acabará achando
nossos políticos uns santos. A história é ambientada em 1982 e conta a trajetória
de uma menina pobre da casta Dalit, cujos integrantes são considerados na sociedade indiana como párias,
intocáveis e impuros. Tara Roopram (Richa Chadda) cresceu na base do sofrimento
em meio à pobreza e à discriminação até chegar ao cargo de primeira-ministra de
Uttar Pradesh, o estado mais populoso da Índia (200 milhões de habitantes
segundo censo de 2010). Ainda jovem, Tara conheceu Indramani Tripathi (Akshay
Oberoi), com quem teve um caso. De uma casta superior e pretendente a um cargo
político, Tripathi terminou o romance quando ela anunciou a gravidez,
humilhando-a por pertencer à casta tão inferior. Mas não ficou só nisso. Ele
mandou seus capangas espancarem a moça com chutes na barriga para provocar
o aborto. Tara prometeu se vingar, mas não na base da violência. Ela ingressou
na política para acabar com Tripathi. Sem contar seu desejo de vingança, Tara foi
acolhida por seu tio, o mestre Surajbhan Masterji (Saurabh Shukla), líder de um
partido político até então de pouca expressão em Uttar Pradesh. Com o apoio e
os conselhos de Masterji, Tara disputou várias eleições até chegar ao cargo
máximo na hierarquia política daquele estado indiano. Em sua trajetória, porém, ela
sofrerá muitos dissabores, muitos deles colocando sua vida em constante perigo.
Corajosa, ela enfrentou os desafios sem jamais ceder nos seus ideais. Além de bonita
e talentosa, a atriz Richa Chadda carrega o filme nas costas, com uma atuação
primorosa. Vale a pena assistir “Madam Chief Minister”, nem que seja para ficar
por dentro da podridão da política indiana. O diretor Subhash Kapoor tem muito
autoridade sobre o assunto, já que por muitos anos trabalhou como jornalista
político.
Nenhum comentário:
Postar um comentário