segunda-feira, 11 de maio de 2020


“ROSIE – UMA FAMÍLIA SEM TETO” (“ROSIE”), 2018, Irlanda, 1h26m, direção de Paddy Breathnach (de “Viva”, filme rodado em Cuba), com roteiro de Moe Dunford (ator no filme) e Roddy Doyle. Ao estrear na Seção Contemporary World Cinema do Toronto International Film Festival, em 2018, esta produção irlandesa foi alvo de rasgados elogios da crítica especializada e do público. Trata-se de um drama muito triste, que acompanha, durante dois dias e duas noites, uma família em Dublin sem um teto para dormir, em pleno inverno irlandês. Rosie Davis (Sarah Greene), mãe solteira de quatro crianças, mais o namorado John Paul (Moe Dunford, o roteirista), são despejados da casa onde moravam e ficam sem ter para onde ir. Passam o tempo todo dentro do carro para se proteger do frio, Rosie a trocar as fraldas do mais novo, fazer a lição com outra e ainda levar a mais velha ao colégio. Ao mesmo tempo, Rosie fica no celular tentando encontrar um quarto de hotel, o que é impossível, pois todos de Dublin já estão ocupados por causa de um show de Lady Gaga. Enquanto isso, John Paul trabalha como ajudante de cozinha num restaurante, e o que ganha mal dá para comprar comida para a família. Mesmo com a situação de mal a pior, o casal mantém a esperança de dias melhores, incentivando as crianças a acreditarem nisso, embora a realidade mostre um quadro bem desolador. O filme foi realizado tendo como pano de fundo a crise habitacional da Irlanda, país com a maior taxa de famílias sem-abrigo da Europa por causa da especulação imobiliária. Não é nada fácil assistir ao sofrimento do casal e das crianças confinadas num carro, mal tendo o que comer ou vestir. Muito triste. De qualquer forma, o filme é muito bem feito, uma fotografia primorosa e uma atriz sensacional, Sarah Greene, que carrega o filme – e os filhos e o namorado – literalmente nas costas. Recomendo separar, no mínimo, uma caixa de lenços de papel. Chororô garantido!      

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