“ROSIE – UMA FAMÍLIA SEM TETO”
(“ROSIE”), 2018, Irlanda, 1h26m, direção de Paddy Breathnach (de “Viva”, filme
rodado em Cuba), com roteiro de Moe Dunford (ator no filme) e Roddy Doyle. Ao
estrear na Seção Contemporary World Cinema do Toronto International Film
Festival, em 2018, esta produção irlandesa foi alvo de rasgados elogios da
crítica especializada e do público. Trata-se de um drama muito triste, que
acompanha, durante dois dias e duas noites, uma família em Dublin sem um teto para dormir, em pleno inverno
irlandês. Rosie Davis (Sarah Greene), mãe solteira de quatro crianças, mais o
namorado John Paul (Moe Dunford, o roteirista), são despejados da casa onde
moravam e ficam sem ter para onde ir. Passam o tempo todo dentro do carro para
se proteger do frio, Rosie a trocar as fraldas do mais novo, fazer a lição com
outra e ainda levar a mais velha ao colégio. Ao mesmo tempo, Rosie fica no
celular tentando encontrar um quarto de hotel, o que é impossível, pois todos
de Dublin já estão ocupados por causa de um show de Lady Gaga. Enquanto isso,
John Paul trabalha como ajudante de cozinha num restaurante, e o que ganha mal
dá para comprar comida para a família. Mesmo com a situação de mal a pior, o
casal mantém a esperança de dias melhores, incentivando as crianças a acreditarem
nisso, embora a realidade mostre um quadro bem desolador. O filme foi realizado
tendo como pano de fundo a crise habitacional da Irlanda, país com a maior taxa
de famílias sem-abrigo da Europa por causa da especulação imobiliária. Não é
nada fácil assistir ao sofrimento do casal e das crianças confinadas num carro,
mal tendo o que comer ou vestir. Muito triste. De qualquer forma, o filme é
muito bem feito, uma fotografia primorosa e uma atriz sensacional, Sarah
Greene, que carrega o filme – e os filhos e o namorado – literalmente nas costas.
Recomendo separar, no mínimo, uma caixa de lenços de papel. Chororô garantido!
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