“ENQUANTO
A GUERRA DURAR” (“MIENTRAS DURE LA GUERRA”), 2019, Espanha, 1h47m,
roteiro e direção do premiado cineasta chileno Alejandro Amenábar, radicado na Espanha
desde 1973. Trata-se de um drama histórico baseado em fatos reais, ambientado em
1936 na cidade de Salamanca. Aqui, vivia o famoso escritor e filósofo humanista
Miguel de Unamuno (Karra Elejalde), intelectual respeitado por várias correntes
de pensamento em toda a Espanha e Europa. Por seu apoio ao governo republicano,
Unamuno havia sido nomeado para o importante cargo de reitor da Universidade de
Salamanca. A trama do filme gira em torno desse riquíssimo personagem e como ele
vê toda a questão histórica que se desenrola na Espanha. Em 1936, descontente
com os rumos tomados pelo governo republicano, Unamuno vê com bons olhos o
golpe militar iniciado pelos militares comandados pelos generais Emilio Mola
(Luis Callejo) e Francisco Franco (Santi Prego) e passa a apoiá-los, o que lhe
custa o cargo de reitor da universidade. Porém, quando os militares começam com
suas atrocidades, prendendo, torturando e matando intelectuais, professores e
artistas, muitos deles seus amigos de longa data, Unamono passa a criticar
Franco e os militares, culminando com um violento discurso durante a solenidade
na aula magna da Universidade de Salamanca, da qual só saiu vivo por
interferência de Carmen Polo (Mireia Rey), justamente a esposa do generalíssimo
Franco e sua grande admiradora. O filme é pródigo em diálogos bastante
elucidativos sobre a situação política na Espanha naquela época, além de
revelar os bastidores de alguns dos momentos mais importantes da Guerra Civil,
como, por exemplo, a reunião da junta militar que elegeu Franco como o
comandante supremo do golpe. “Enquanto a Guerra Durar” é mais um excelente
filme de Amenábar, que já havia nos presenteado com pequenas obras-primas como “De
Olhos Abertos”, “Os Outros” e “Mar Adentro”, este último premiado com o Oscar
de Melhor Filme Estrangeiro em 2005.
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