“UMA GUERRA PESSOAL” (“A
Private War”), 2018, coprodução EUA/Inglaterra, direção de
Matthew Heineman – é o seu primeiro longa-metragem. O roteiro foi escrito por
Arash Amel, baseado no artigo “Marie Colvin’s Private War”, da jornalista Marie
Brenner e publicado na Revista Vanity Fair, meses após a morte da sua colega de
profissão Marie Colvin, personagem principal dessa história. A norte-americana
Colvin (1956/2012) foi uma das jornalistas mais famosas e corajosas,
responsável por coberturas memoráveis em países em guerra como correspondente
do jornal inglês The Sunday Times. Ela esteve na frente de batalha no Zimbábue,
Somália, Tunísia, Iraque, Palestina, Chechênia, Kosovo, Líbia, Timor Leste e em
outros países em conflito. Durante a cobertura da guerra civil no Sri Lanka, em
2001, ela perdeu o olho esquerdo devido a estilhaços de uma granada. A partir
de então, passou a usar um tapa-olho, que foi sua marca registrada até 2012,
quando morreu na Síria, vítima de um míssil enviado pelo exército do ditador
Assad diretamente ao edifício onde estavam os jornalistas. “Uma Guerra Pessoal”
conta toda essa história e mostra que Colvin sofria do tal estresse
pós-traumático, o mesmo que acomete os soldados quando voltam para casa. Traumatizada
com as lembranças das áreas de conflito, Colvin começou a beber e nos anos
finais de sua vida já era alcoólatra. O filme também mostra sua amizade com o companheiro
de muitas coberturas, o fotógrafo Paul Conroy (Jamie Dornan, de “50 Tons de
Cinza”), que também morreu na Síria, e seu relacionamento com editor-chefe do
The Sunday Times (Tom Hollander). A atriz inglesa Rosemund Pike, que interpreta
a jornalista, foi indicada para o Globo de Ouro de 2019, mas não ganhou, e nem
ao menos recebeu indicação ao Oscar. Seu trabalho em “Uma Guerra Pessoal” é fantástico, melhor do que as cinco atrizes indicadas juntas. Mais uma grande
injustiça do Oscar, talvez a maior dos últimos anos. Além da história pessoal
de Marie Colvin, “Uma Guerra Pessoal”, que tem como um dos produtores a atriz
Charlize Theron, mostra com bastante realismo e muitas cenas de ação como é a cobertura dos
correspondentes de guerra e a coragem e o sangue-frio que precisam ter para
enfrentar os perigos nas zonas de combate. O filme é excelente e a história melhor ainda, pois apresenta uma mulher com a coragem que muitos homens não teriam. IMPERDÍVEL!
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