quarta-feira, 27 de novembro de 2019


“PRIMEIRO, MATARAM MEU PAI” (“FIRST THEY KILLED MY FATHER”), 2017, coprodução Camboja/EUA, em parceria com a Netflix (a estreia mundial ocorreu em setembro de 2017), 2h16m, direção de Angelina Jolie, que também escreveu o roteiro baseada no livro de memórias da cambojana Loug Ung (“First Day Killed my Father: A Daughter of Campodia Remembers”). Loug Ung era uma menina de 5 anos quando, em abril de 1975, o Khmer Vermelho assumiu o controle da capital do país, Phnon Penh, instaurando um dos mais violentos regimes comunistas do mundo, que duraria no Camboja até 1979. Loug (Sarfum Srey Moch, sensacional) e seus três irmãos, juntamente com o pai e a mãe, fugiram para não serem presos. Corriam um grande perigo, pois o pai (Phoeung Kompheak) era um militar do antigo regime. A fuga da família, os perigos enfrentados no caminho, fome, doenças, torturas, separações, trabalhos forçados e uma série de outros percalços foram mostrados no filme, que contou com um grande elenco formado somente por amadores, além de centenas de figurantes. Um trabalho sensacional da diva Angelina Jolie como diretora – foi o seu terceiro longa (os outros dois foram “Na Terra de Amor e Ódio”, de 2011, onde o pano de fundo é a guerra na Bósnia, e “À Beira-Mar”, de 2015, quando Jolie atuou ao lado do então marico, Brad Pitt). A ligação de Jolie com o Camboja vem desde 2001, quando ela e Brad adotaram um bebê cambojano, ao qual deram o nome de Maddox Jolie-Pitt, hoje com 18 anos e cursando uma universidade na Coreia do Sul. Essa ligação com o país levou Angelina a ler o livro escrito por Loug Ung, entusiasmando-a a realizar este filme que é bastante esclarecedor sobre as atrocidades cometidas pelo Khmer Vermelho, que, durante os quatro anos em que esteve no poder assassinou mais de 2 milhões de cambojanos. “Primeiro, Mataram Meu Pai” é obrigatório para quem gosta de História, e mais obrigatório ainda para comprovar que Angelina Jolie também é uma competente diretora. O filme foi selecionado para representar o Camboja na disputa do Oscar 2018 como Melhor Filme Estrangeiro. Imperdível!  

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