domingo, 31 de março de 2019


“SEM DATA, SEM ASSINATURA” (“BEDOUNE TARIKH, BEDOUNE EMZA”), 2017, Irã, 1h44m, segundo longa-metragem escrito e dirigido por Vahid Jalilvand. Depois de assistir a este excelente drama iraniano, confesso que acabei não entendendo o título em português. Mais adequado à história foi o título escolhido para exibição na França, “Cas de Conscience” (Caso de Consciência). Poucos cineastas abordaram a questão da culpa com tanta competência quanto Vahid Jalilvand. O filme começa à noite numa estrada onde acontece um acidente: o carro dirigido pelo dr. Kaveh Inariman (Amir Aghafi), médico patologista forense, derruba uma motocicleta onde estão Moosa (Navid Mohammadzadeh) e sua esposa Sayeh (Hediyeh Tehrani), além dos dois filhos do casal. O garoto de 8 anos se queixa de dor de cabeça e o médico quer levá-lo ao hospital, conselho não seguido por Mossa. No dia seguinte, o menino é levado morto para autópsia, realizada pela médica Leila (Zakieh Behbahani), colega de Kaveh. A causa da morte seria o botulismo, contraído pelo consumo de carne de frango estragada. O pai se sente culpado por ter comprado o alimento, vendido bem barato. O dr. Kaveh fica sabendo da morte do garoto e não se conforma com o resultado da autópsia. Ele acha que o menino morreu por causa de uma fratura na coluna cervical, provocada pelo acidente. A assim caminha a história, cada um enfrentando sua culpa, seu caso de consciência. O filme estreou durante o 74ª Festival de Veneza, ganhando elogios da crítica especializada e os prêmios de Melhor Diretor e Melhor Ator (Navid Mohammadzadeh). Ambos merecidíssimos. Por aqui, foi exibido na programação oficial da 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Imperdível!  

Nenhum comentário: