“CHACRINHA
– O VELHO GUERREIRO” – 2018, direção de Andrucha Waddington, com
roteiro de Cláudio Paiva. Trata-se da biografia de José Abelardo Barbosa
(1917-1988), o popular Chacrinha, considerado até hoje o mais importante e
criativo apresentador da TV brasileira. O filme começa com uma cena da
Discoteca do Chacrinha, programa de auditório na TV Globo. No palco, Chacrinha
chama como próxima atração uma famosa mãe de santo e transforma o palco numa
verdadeira sessão de candomblé, com direito a batuque e cachaça. José Oliveira
Sobrinho, o Boni, então diretor da TV Globo chega furioso à sala de produção e
tira o programa do ar. O filme retrocede ao início dos anos 40, quando Abelardo
Barbosa chega ao Rio de Janeiro depois de abandonar a faculdade de Medicina em Pernambuco. Ele chega com uma mão na frente e outra atrás. Para conseguir um troco pelo
menos para comer, ele arruma um bico como locutor de megafone na porta de uma
loja de roupas. Já nessa época, seu sonho era ser animador de auditório de
alguma emissora de rádio – até então, não havia televisão. Para conseguir seu
objetivo, ele conseguiu apresentar um programa musical numa rádio quase falida.
A partir de então, o filme apresenta a trajetória de sucesso de Chacrinha até
sua morte, relembrando vários de seus programas, inclusive alguns calouros de luxo
como o iniciante Roberto Carlos e Clara Nunes. Stepan Nercessian dá um
verdadeiro show como Chacrinha – quando moço, interpretado por Eduardo
Sterblitch. A vida pessoal, os bastidores dos programas e até revelações
bombásticas, como seu caso com a cantora Clara Nunes, o filme explora os fatos
mais importantes da vida do apresentador. Estão lá os famosos bordões “O programa
que acaba quando termina”, “Quem não se comunica se trumbica”, “Vocês querem
bacalhau?” e “Terezinha, uh, uh”, além de jingles como “Maria Sapatão, de dia é
Maria, à noite é João”. E as Chacretes, é claro. Tem ainda a espalhafatosa Elke Maravilha (Gianne
Albertoni), seu grande inimigo Flávio Cavalcanti (Marcelo Serrado), Wanderléia
(que seria mais tarde sua nora) e Boni (Thelmo Fernandes). O filme é delícia
pura, um show de design de produção, recriação de época e figurinos. Uma divertida e emocionante volta ao passado recente. Não perca!
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