quarta-feira, 27 de março de 2019

“CHACRINHA – O VELHO GUERREIRO” – 2018, direção de Andrucha Waddington, com roteiro de Cláudio Paiva. Trata-se da biografia de José Abelardo Barbosa (1917-1988), o popular Chacrinha, considerado até hoje o mais importante e criativo apresentador da TV brasileira. O filme começa com uma cena da Discoteca do Chacrinha, programa de auditório na TV Globo. No palco, Chacrinha chama como próxima atração uma famosa mãe de santo e transforma o palco numa verdadeira sessão de candomblé, com direito a batuque e cachaça. José Oliveira Sobrinho, o Boni, então diretor da TV Globo chega furioso à sala de produção e tira o programa do ar. O filme retrocede ao início dos anos 40, quando Abelardo Barbosa chega ao Rio de Janeiro depois de abandonar a faculdade de Medicina em Pernambuco. Ele chega com uma mão na frente e outra atrás. Para conseguir um troco pelo menos para comer, ele arruma um bico como locutor de megafone na porta de uma loja de roupas. Já nessa época, seu sonho era ser animador de auditório de alguma emissora de rádio – até então, não havia televisão. Para conseguir seu objetivo, ele conseguiu apresentar um programa musical numa rádio quase falida. A partir de então, o filme apresenta a trajetória de sucesso de Chacrinha até sua morte, relembrando vários de seus programas, inclusive alguns calouros de luxo como o iniciante Roberto Carlos e Clara Nunes. Stepan Nercessian dá um verdadeiro show como Chacrinha – quando moço, interpretado por Eduardo Sterblitch. A vida pessoal, os bastidores dos programas e até revelações bombásticas, como seu caso com a cantora Clara Nunes, o filme explora os fatos mais importantes da vida do apresentador. Estão lá os famosos bordões “O programa que acaba quando termina”, “Quem não se comunica se trumbica”, “Vocês querem bacalhau?” e “Terezinha, uh, uh”, além de jingles como “Maria Sapatão, de dia é Maria, à noite é João”. E as Chacretes, é claro. Tem ainda a espalhafatosa Elke Maravilha (Gianne Albertoni), seu grande inimigo Flávio Cavalcanti (Marcelo Serrado), Wanderléia (que seria mais tarde sua nora) e Boni (Thelmo Fernandes). O filme é delícia pura, um show de design de produção, recriação de época e figurinos. Uma divertida e emocionante volta ao passado recente. Não perca! 

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