“GAUGUIN
– VIAGEM AO TAITI” (“Gauguin – Voyage de Tahiti”), 2017,
França, roteiro e direção de Edouard Deluc (seu segundo longa-metragem).
Trata-se de um drama biográfico centrado na vida do pintor francês Paul Gauguin,
que ficou famoso com seu estilo pós-impressionista, mas só depois de morrer
como indigente, em 1903. O filme de Deluc é ambientado em 1891, quando Gauguin
sai de Paris para morar no Taiti, uma das mais importantes ilhas da então
Polinésia Francesa. Na capital francesa, o pintor vivia um momento de falta de
inspiração, não ligava para a família e passava as noites bebendo nos cabarés.
Num desses momentos de boemia, Gauguin fala para um amigo: “Estou sufocando.
Não há paisagem nem rosto que mereça ser pintado aqui”. Ao tomar a decisão de
viajar para o Taiti, Gauguin tenta convencer a esposa e os filhos a irem com
ele, sem sucesso. Ele então parte sozinho. No Taiti, ele conhece a jovem nativa
Tehura, que será sua esposa e tema de suas telas mais importantes. Na
realidade, Tehura tinha 13 anos quando casou com o pintor, mas no filme ela
aparece adulta. Para sobreviver, Gauguin trabalha como estivador, o que irá
piorar ainda mais sua frágil saúde. Gauguin, como todo artista, tinha um gênio
difícil, era violento, egocêntrico e, ao mesmo tempo, amargurado. O ritmo lento
da narrativa não prejudica a história, principalmente pelo excelente desempenho
do ator francês Vincent Cassel e da atriz Tuheï Adams, além de uma fotografia
exuberante explorando as cores e a natureza selvagem do Taiti, onde as
filmagens aconteceram. Enfim, um filme que deve agradar não apenas os fãs de
Gauguin, mas os amantes da pintura em geral. Por aqui, antes de chegar ao circuito comercial, o filme foi exibido como uma das principais atrações do Festival Varilux de Cinema Francês 2018.
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