terça-feira, 2 de maio de 2017

Marco Bellocchio é um dos mais importantes diretores italianos da atualidade. São de sua autoria filmes muito bons como “Vincere” e “A Bela que Dorme”, entre tantos outros. Recentemente, lançou “Belos Sonhos”, elogiado pela crítica especializada e que ainda não tive a oportunidade de assistir. Em 2015, Bellocchio escreveu e dirigiu “SANGUE DO MEU SANGUE” (“SANGUE DEL MIO SANGUE”), inspirado num episódio do clássico romance histórico “I Promessi Sposi”, escrito em 1827 por Alessandro Manzoni. O filme é dividido em duas partes. Na primeira, ambientada no Século 17, um padre católico comete suicídio após ter um caso com a freira Benedetta (Lidiya Liberman). Federico Mai (Piergiorgio Bellocchi Jr, filho do diretor), irmão gêmeo do padre que se matou, exige dos padres do monastério que forcem a freira a confessar sua culpa, impedindo dessa forma que o irmão falecido não seja enterrado num cemitério de animais, como era costume fazer com os suicidas da época. Os padres assumem o papel de inquisidores e tentam convencer a freira a confessar mediante tortura. Ela acaba não confessando, o que lhe acarretará um castigo da maior crueldade. O filme dá um salto para os dias atuais e a história que será contada não tem qualquer ligação com a primeira, a não ser o monastério, que agora virou um casarão onde se esconde um misterioso conde (Roberto Herlitzka). Um milionário russo quer comprar o imóvel para transformá-lo num hotel de luxo. O mesmo Piergiorgio Bellocchio surge como protagonista dessa história. Se na primeira parte Marco Bellocchio faz críticas ácidas à Igreja Católica, na segunda aproveita para denunciar a corrupção que predomina no meio político italiano. Por falar nisso, Bellocchio, se fosse político, talvez fosse acusado de nepotismo, ao colocar no elenco seu filho Piergiorgio e sua fiha Elena Bellocchio. “Sangue do Meu Sangue” venceu o Prêmio da Crítica no Festival de Veneza 2015, sendo aplaudido de pé por 8 minutos ao final de sua exibição. Aplausos exagerados, na minha opinião. Por aqui, estreou em 2016 durante a 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.                         

Nenhum comentário: