sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Apesar de dramático ao extremo, “ESTRANGEIRA” (“Die Fremde”), 2010, é um ótimo filme alemão. Aliás, foi o candidado da Alemanha ao Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2011. A história mostra a jovem Umay (Sibel Kebilli), de 25 anos, vivendo em Istambul com o marido Kemal (Ufuk Bayraktar) e o filho Cem (Nizam Schiller), de 3 anos. Cansada do marido violento, Umay foge com o filho para a Alemanha, onde vive sua família – pais e três irmãos. Ela imaginava encontrar conforto e carinho na casa dos pais e junto aos irmãos. Ledo engano! Por ter abandonado o marido, Umay é tratada como se fosse uma prostituta. Se era espancada pelo marido em Istambul, agora é maltratada pelos pais e pelos irmãos, com direito a apanhar também. Ela foge pela segunda vez e vai parar numa espécie de abrigo para mães solteiras e vítimas de violência doméstica. Apesar de tudo o que aconteceu, Umay ainda vai tentar se reaproximar da família, o que será um grande erro com consequências trágicas. Dirigido pela austríaca Feo Aladag, o filme tem o mérito de denunciar o absurdo tratamento que é destinado às mulheres no mundo árabe, onde os valores culturais admitem até o marido bater na mulher. Numa das conversas que tem com o pai, Umay justifica sua fuga dizendo que não aguentava mais a violência de Kemal. O pai responde: “E daí, ele é seu marido. Ele tem esse direito. Além do mais, um tapinha de vez em quando não faz mal”. Haja Lei Maria da Penha... O desempenho espetacular da atriz alemã de origem turca Sibel Kebilli valoriza ainda mais esse ótimo drama alemão.

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