Apesar
de dramático ao extremo, “ESTRANGEIRA” (“Die Fremde”), 2010, é um ótimo filme alemão. Aliás, foi o candidado
da Alemanha ao Prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2011. A história mostra
a jovem Umay (Sibel Kebilli), de 25 anos, vivendo em Istambul com o marido
Kemal (Ufuk Bayraktar) e o filho Cem (Nizam Schiller), de 3 anos. Cansada do
marido violento, Umay foge com o filho para a Alemanha, onde vive sua família –
pais e três irmãos. Ela imaginava encontrar conforto e carinho na casa dos pais
e junto aos irmãos. Ledo engano! Por ter abandonado o marido, Umay é tratada
como se fosse uma prostituta. Se era espancada pelo marido em Istambul, agora é
maltratada pelos pais e pelos irmãos, com direito a apanhar também. Ela foge
pela segunda vez e vai parar numa espécie de abrigo para mães solteiras e
vítimas de violência doméstica. Apesar de tudo o que aconteceu, Umay ainda vai
tentar se reaproximar da família, o que será um grande erro com consequências
trágicas. Dirigido pela austríaca Feo Aladag, o filme tem o mérito de denunciar
o absurdo tratamento que é destinado às mulheres no mundo árabe, onde os
valores culturais admitem até o marido bater na mulher. Numa das conversas que
tem com o pai, Umay justifica sua fuga dizendo que não aguentava mais a violência
de Kemal. O pai responde: “E daí, ele é seu marido. Ele tem esse direito. Além
do mais, um tapinha de vez em quando não faz mal”. Haja Lei Maria da Penha... O
desempenho espetacular da atriz alemã de origem turca Sibel Kebilli valoriza
ainda mais esse ótimo drama alemão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário