Quando
as luzes se acenderam ao final da exibição do drama alemão “NADA
DE MAL PODE ACONTECER” (“Tore Tanzt”),
direção de Katrin Gesse, durante a 38ª Mostra Internacional de Cinema de São
Paulo, em outubro de 2014, a plateia – os que ficaram, pois muitos foram embora
na metade - estava completamente em silêncio. Na verdade, chocada, pois o filme
é angustiante, desagradável demais. É repleto de cenas envolvendo violência,
tortura física e psicológica, sodomia e maus tratos a animais. A história é
centrada no jovem Tore (Julius Feldmeier), pertencente aos Fanáticos de Jesus
(The Jesus Freaks), um movimento punk cristão que existiu na cidade de
Hamburgo. Tore não tem família e mora num abrigo juntamente com outros
integrantes do grupo. Um dia, no estacionamento de um posto de gasolina, ele vê
um motorista que não consegue fazer pegar o motor do seu carro. Tore vai até o
veículo, fecha o capô e faz uma oração. O carro pega na hora. Tore, em seu fanatistmo
religioso, acredita que é abençoado por Deus, quem sabe até o novo Messias. Benno
(Sascha Alexander Gersak), o motorista do carro, convida Tore para morar com
sua família – mulher, uma filha adolescente e um garoto de uns 5 anos. Benno,
porém, é a maldade em pessoa, violento, um verdadeiro demônio. Ele assedia
sexualmente a jovem enteada e encontra em Tore um bom saco de pancadas. Percebendo
os instintos animalescos de Benno, Tore resolve testar sua fé colocando em
prática dois dos principais ensinamentos de Cristo: oferecer a outra face e perdoar
sempre. Segundo ele crê, com Jesus no coração nada de mal pode acontecer. Saber que
a história é baseada em fatos reais talvez seja mais chocante do que o próprio
filme.
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