Dos
filmes que abordaram ou tiveram como pano de fundo o conflito Palestina/Israel,
“MIRAL”, França/Israel, 2010, talvez seja o mais
esclarecedor. A história, inspirada no romance homônimo escrito pela jornalista
Rula Jebreal, começa em 1947, portanto um ano antes da criaç ão do Estado de Israel. O enredo acompanha a
trajetória de três gerações de mulheres, começando com Hind Husseini (Hiam
Abbass), que naquele ano criou em Jerusalém o Instituto Dar Al-Tifel, destinado
a acolher e educar crianças palestinas refugiadas e órfãs, e terminando com
Miral (Freida Pinto). Paralelamente à história dessas mulheres, o filme destaca,
de forma didática, os fatos que contribuíram para a radicalização do conflito.
Embora o diretor norte-americano Julian Schnabel (“O Escafandro e a Borboleta”
e “Basquiat”) tenha descendência judaica, o filme é claramente a favor da causa
dos palestinos – criação de um estado independente -, e não economiza críticas
aos israelenses, considerados os grandes vilões da história. Quando o filme
estreou, em 2010, no Festival de Veneza, provocou enorme polêmica. Logo depois,
foi exibido numa sessão especial na Assembleia Geral das Nações Unidas, sob
protestos de Israel e do Comitê Judaico Americano. Polêmicas à parte, o filme é
muito bom e merece ser visto por quem curte cinema de qualidade e gosta de
estar bem informado sobre os fatos da história contemporânea.
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