quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Dos filmes que abordaram ou tiveram como pano de fundo o conflito Palestina/Israel, “MIRAL”, França/Israel, 2010, talvez seja o mais esclarecedor. A história, inspirada no romance homônimo escrito pela jornalista Rula Jebreal, começa em 1947, portanto um ano antes da criaç ão do Estado de Israel. O enredo acompanha a trajetória de três gerações de mulheres, começando com Hind Husseini (Hiam Abbass), que naquele ano criou em Jerusalém o Instituto Dar Al-Tifel, destinado a acolher e educar crianças palestinas refugiadas e órfãs, e terminando com Miral (Freida Pinto). Paralelamente à história dessas mulheres, o filme destaca, de forma didática, os fatos que contribuíram para a radicalização do conflito. Embora o diretor norte-americano Julian Schnabel (“O Escafandro e a Borboleta” e “Basquiat”) tenha descendência judaica, o filme é claramente a favor da causa dos palestinos – criação de um estado independente -, e não economiza críticas aos israelenses, considerados os grandes vilões da história. Quando o filme estreou, em 2010, no Festival de Veneza, provocou enorme polêmica. Logo depois, foi exibido numa sessão especial na Assembleia Geral das Nações Unidas, sob protestos de Israel e do Comitê Judaico Americano. Polêmicas à parte, o filme é muito bom e merece ser visto por quem curte cinema de qualidade e gosta de estar bem informado sobre os fatos da história contemporânea.    

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