quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

“O ARTISTA E A MODELO” (“El Artista y La Modelo”) é uma produção espanhola de 2012, com direção de Fernando Trueba (de “Belle Époque”, ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1993). Ambientado em 1943 num pequeno vilarejo do interior da França próximo à fronteira da Espanha, o filme conta a história do relacionamento do famoso escultor Marc Cross (Jean Rochefort) com Mercé (Aida Folch), uma jovem espanhola fugitiva do regime de Franco. Léa (Claudia Cardinale), esposa de Cross, acolhe a jovem e a acomoda no ateliê do marido que, aos 80 anos, não trabalhava mais. A chegada da bela Mercé, porém, dá uma renovada em Cross, que começa a esculpir de novo utilizando a jovem como modelo. Em meio ao seu trabalho de escultor, Cross conversa muito com Mercé, em diálogos recheados de humor e erudição, abordando temas como filosofia, política, arte e religião. Num desses diálogos, o escultor confessa a Mercé que existem duas provas da existência de Deus: a criação da mulher e do azeite. Cross não acredita que Deus, responsável pela criação de tantas coisas bonitas, como o mar e as florestas, possa ter criado um ser tão feio quanto o homem. Outro diálogo que merece ser ressaltado é aquele em que Cross discute um famoso desenho de Rembrandt com a modelo, um dos momentos mais tocantes do filme. Mercé aparece nua praticamente o filme inteiro, mas a (ótima) fotografia em preto e branco atenua qualquer eventual apelo sexual. É um filme muito bonito, valorizado por um ótimo elenco. Destaque para Claudia Cardinale, que, aos 70 anos, ainda guarda a beleza que a consagrou como uma das maiores musas do Cinema nas décadas de 60/70. Quanto a Rochefort, ele comprova a condição de melhor ator francês da atualidade.                   

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