quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Desistir de um trabalho repleto de adrenalina em zonas de guerra ou viver de um emprego seguro, perto da família? Esse dilema deve mexer com a cabeça de nove entre dez fotojornalistas acostumados (ou viciados?) a trabalhar pelo mundo afora fotografando em áreas de conflito. É o que acontece com a fotógrafa Rebecca (Juliette Binoche) em “MIL VEZES BOA NOITE” (“Tusen Ganger God Natt”), 2012, um ótimo drama norueguês dirigido por Erik Poppe - ele próprio um ex-fotógrafo de guerra. Em ação no Afeganistão, Rebecca é ferida numa explosão causada por uma mulher-bomba. Quando volta para casa, na Irlanda, ela recebe um ultimato do marido Marcus (Nikolaj Coster-Waldau). Ou abandona esse tipo de trabalho ou então o casamento já era. As duas filhas adolescentes apoiam o pai e Rebecca concorda em abandonar as zonas de guerra, apesar dos protestos de sua editora, já que ela é uma das cinco melhores fotógrafas de guerra do mundo. Quando tudo parecia correr de acordo com o desejo de Marcus, Rebecca faz uma viagem com a filha mais velha Steph (Lauryn Canny) ao Quênia. Essa viagem resultará numa nova crise familiar, obrigando Rebecca a tomar uma decisão definitiva. Se o filme já é excelente, melhor ainda é o desempenho da fabulosa atriz francesa Juliette Binoche como a mulher dividida entre a profissão e a família. Binoche prova, mais uma vez, que é uma das melhores atrizes em atividade. Um aviso: prepare-se para a cena inicial do filme, onde Rebecca fotografa o ritual de preparação e a posterior ação de uma mulher-bomba. Trata-se de uma das sequências mais tensas, impactantes e bem feitas do cinema nos últimos anos. Enfim, o filme é simplesmente imperdível. 

Nenhum comentário: