Desistir
de um trabalho repleto de adrenalina em zonas de guerra ou viver de um emprego
seguro, perto da família? Esse dilema deve mexer com a cabeça de nove entre dez
fotojornalistas acostumados (ou viciados?) a trabalhar pelo mundo afora fotografando
em áreas de conflito. É o que acontece com a fotógrafa Rebecca (Juliette Binoche)
em “MIL VEZES BOA NOITE” (“Tusen Ganger God Natt”), 2012, um ótimo drama norueguês dirigido por
Erik Poppe - ele próprio um ex-fotógrafo de guerra. Em ação no Afeganistão,
Rebecca é ferida numa explosão causada por uma mulher-bomba. Quando volta para
casa, na Irlanda, ela recebe um ultimato do marido Marcus (Nikolaj
Coster-Waldau). Ou abandona esse tipo de trabalho ou então o casamento já era.
As duas filhas adolescentes apoiam o pai e Rebecca concorda em abandonar as zonas
de guerra, apesar dos protestos de sua editora, já que ela é uma das cinco
melhores fotógrafas de guerra do mundo. Quando tudo parecia correr de acordo
com o desejo de Marcus, Rebecca faz uma viagem com a filha mais velha Steph (Lauryn
Canny) ao Quênia. Essa viagem resultará numa nova crise familiar, obrigando Rebecca a tomar uma decisão definitiva. Se
o filme já é excelente, melhor ainda é o desempenho da fabulosa atriz francesa
Juliette Binoche como a mulher dividida entre a profissão e a família. Binoche
prova, mais uma vez, que é uma das melhores atrizes em atividade. Um aviso: prepare-se
para a cena inicial do filme, onde Rebecca fotografa o ritual de preparação e a
posterior ação de uma mulher-bomba. Trata-se de uma das sequências mais tensas, impactantes e bem feitas do cinema nos últimos anos. Enfim, o filme é
simplesmente imperdível.
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