“O SEGREDO DAS ÁGUAS” (“Futatsume no Mado” ou, no inglês, “Still the Water”), 2013, é
um drama japonês sensível que merece ser visto por quem curte discussões filosóficas e conversas
sobre os vários aspectos da nossa vida. O filme é ambientado na ilha Amami
Oshima, ao Sul do Japão, e centra o desenvolvimento do enredo nos jovens Kioko
(Jun Yoshinaga) e Kaito (Nigirô Murakami). Os fatos que se desenrolam em torno
deles é que dão margem às discussões filosóficas já mencionadas. A doença
terminal da mãe de Kioko e o aparecimento de um cadáver na praia, por exemplo, resultam
em reflexões sobre a vida e a morte. A separação dos pais de Kaito leva os
protagonistas a refletir sobre o amor, casamento e paternidade. O mesmo
acontece com relação a temas como o destino, a Natureza, religião etc. Quem
tiver paciência – e tempo – poderá até mesmo copiar os diálogos e depois
refletir sobre o que foi dito. Num deles, o viúvo pai de Kioko compara a morte
de Isa, sua esposa, ao fim de uma onda na praia, atribuindo ambos os fatos à
energia que se esvai, mas que já tiveram sua força e o seu esplendor. Há também
muitas cenas comoventes, como aquela em que a família e os amigos se despedem
de Isa nos seus últimos momentos de vida. As cenas de mar - aéreas, submarinas e das ondas - são belíssimas e dizem muito sobre a força da Natureza. O filme, dirigido pela cineasta japonesa
Namomi Kawase, disputou a Palma de Ouro do Festival de Cannes/2014 e foi
exibido, aqui no Brasil, durante o 38º Festival Internacional de Cinema de São
Paulo. Mais um belo filme que merece ser visto.
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