domingo, 24 de agosto de 2014
“BELÉM – ZONA DE CONFLITO” (“Bethlehem”),
2013, direção de Yuval Adler, é um drama israelense centrado na história de Sanfur
(Shhadi Marei), jovem palestino que há dois anos é informante do serviço
secreto de Israel. Ele foi cooptado pelo agente Razi (Tsahi Halevi), com o qual
mantém um relacionamento de amizade. As coisas se complicam quando o irmão mais
velho de Sanfur, Ibrahim, assume a autoria de um atentado à bomba que matou dezenas
de israelenses em Jerusalém. O filme mostra claramente que as facções que lutam
pela causa palestina não se entendem, embora tenham em comum um ódio mortal a
Israel. Algumas são radicais, outras moderadas. Só que divergem o tempo inteiro
sobre como devem agir. E acabam brigando entre si. Quando Ibrahim é assassinado
pelos soldados de Israel, por exemplo, duas facções disputam o cadáver à tapa, cada
qual querendo associar o “mártir” à sua sigla. Em meio a tudo isso, alguns
palestinos começam a desconfiar que Sanfur é colaboracionista. Ele terá de sujas as mãos de sangue para provar que não é. O clima de
tensão predomina durante todo o filme, mostrando que viver por aquelas bandas não é nada fácil. É caminhar todos os dias na corda bamba. Quando o filme termina, com tantas demonstrações de ódio de um lado e de outro, você tem a sensação mais do que evidente de que a paz nunca
chegará àquela região. Sempre será uma zona de conflito.
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