A
situação é inverossímil: com o teatro lotado, pianista famoso senta ao piano,
abre a partitura do concerto e lá está a ameaça assustadora dizendo que, se ele
errar uma nota ou interromper o concerto, sua esposa, que está na plateia, será
assassinada. O responsável pela ameaça ainda coloca à disposição do pianista um
ponto eletrônico que ele usará no ouvido durante o concerto para que o suposto
assassino possa se comunicar. O Cinema é fascinante por causa disso. Você entra
no clima e assiste como se achasse possível tudo isso acontecer. Esse enredo
pertence ao ótimo suspense “Toque de Mestre” (“Grand Piano”), Espanha, 2013. Tom Selznick, o pianista, é
interpretado por Elijah Wood (“Senhor dos Anéis”). O assassino é chamado de
Clem (John Cusack), que durante todo o filme é representado apenas por sua voz
no ponto eletrônico e que só vai se revelar de corpo e alma no final. A tensão
aumenta a cada minuto, acompanhando a evolução dos movimentos do concerto. Da
maneira como conduziu a encenação e o suspense, a utilização da música como
elemento de tensão, assim como o desfecho, o diretor espanhol Eugenio Mira (“Agnosia”)
parece homenagear Hitchcock, o que é um predicado dos mais positivos para esse
grande suspense.
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