“TÁR”, 2022,
Estados Unidos, 2h38m, em cartaz na Prime Vídeo, roteiro e direção de Todd
Field. O filme já começa esquisito, apresentando os créditos completos logo no
início, quando a grande maioria dos filmes os apresenta no final. A história é
centrada na maestrina Lydia Tár (a atriz australiana Cate Blanchett), a
primeira mulher a dirigir a conceituada Orquestra Filarmônica de Berlim. Ao
contrário do que pensei inicialmente, trata-se de um personagem fictício, assim
como o enredo. Lésbica assumida, Lydia exige que seja chamada de “Maestro”. Ela
é casada com a spalla (primeiro violino) da orquestra, Sharon (a atriz
alemã Nina Hoss), mas convive com a fama de ter assediado integrantes femininas
das outras orquestras que dirigiu. Lydia mostra-se prepotente e arrogante, não
apenas nas aulas que ministra em escolas de música, mas também com os músicos
das orquestras. O filme se concentra nos bastidores do trabalho da maestrina,
aliás “maestro”, destacando o estresse de tanta responsabilidade. Realmente, a
vida de maestro não deve ser fácil. Além de estar prestes a lançar um livro de
memórias, Tár ensaia com a Filarmônica de Berlim para a gravação da difícil 5ª Sinfonia
do compositor Gustav Mahler. A música clássica está em toda parte, não só nos
diálogos como em toda a trilha sonora. “Tár” não é um filme para o grande público.
Talvez por isso mesmo tenha sido esnobado nas premiações do Oscar 2023, para o
qual foi indicado em cincos categorias (Melhor Filme, Melhor Atriz, Melhor
Direção, Melhor Roteiro Original e Melhor Fotografia). Além de ser longo, os
diálogos são inteligíveis apenas para músicos profissionais ou alunos de Escola
de Música. Também estão no elenco Sophie Kauer, Noémie Merlant, Mark Strong e
Julian Glover. De qualquer forma, vale conferir a excelente performance da
atriz Cate Clanchett, que antes de filmar estudou regência e piano. Quem curte música clássica certamente vai gostar.
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