sábado, 1 de outubro de 2022

 

“BLONDE”, 2022, Estados Unidos, lançamento da Netflix, 2h47m, roteiro e direção do cineasta neozelandês Andrew Dominik. Trata-se da cinebiografia romanceada da atriz Marilyn Monroe, que nos anos 50 e início dos 60 – morreu aos 36 anos em 1962 – encantou o mundo com sua beleza e sensualidade, sendo considerada um dos maiores símbolos sexuais do século 20. Ela fez sucesso em todos os filmes em que atuou, principalmente “Os Homens Preferem as Loiras” (1953), “O Pecado Mora ao Lado” (1955) e “Quanto Mais Quente Melhor” (1959). Para escrever o roteiro de “Blonde”, Dominik se inspirou no romance homônimo de Joyce Carol Oates. Não se trata de uma cinebiografia normal, pois conta com alguns fatos ficcionais, tais como o suposto triângulo amoroso de Marilyn com dois personagens famosos em Hollywood na época, como Edward G. Robinson Jr (Evan Williams) e Charles Chaplin Jr. (Xavier Samuel). Ou então a cena de sexo forçado com o presidente John Kennedy. De qualquer forma, o filme destaca inúmeros fatos que marcaram a vida da diva – estes sim, verdadeiros -, como a demência da mãe Gladys (Julianne Nicholson), os abortos espontâneos, as crises histéricas nos sets de filmagem e sua dependência em drogas e álcool, além de seus três casamentos frustrados. Marilyn (Ana de Armas) é apresentada como uma mulher de alma torturada, infeliz, com uma enorme carência afetiva - sentia falta do pai, que nunca conheceu – e perturbada emocionalmente, a ponto de não gostar de ser Marilyn Monroe, seu nome artístico, e sim apenas Norma Jean Mortenson, seu nome de batismo. Há diversos motivos para assistir “Blonde”, o principal deles, sem dúvida, é o incrível desempenho da atriz cubana Ana de Armas, que se entrega ao papel de corpo e alma. Além de merecer uma indicação ao Oscar 2023, com sua atuação Ana de Armas é alçada ao posto da diva do momento em Hollywood. Ela já havia demonstrado muita competência em filmes de sucesso, como “Entre Facas e Segredos”, “Sérgio”, “Blade Runner 2049”, “Deep Water” e “007 – Sem Tempo de Morrer”. Sua atuação como Marilyn recebeu muitos elogios por ocasião do lançamento de “Blonde” na 79ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, no dia 8 de setembro de 2022. A plateia aplaudiu a atriz durante cerca de 15 minutos, uma consagração e tanto. O filme, porém, não caiu no gosto dos críticos especializados, muitos dos quais criticaram a abordagem machista que colocou Marilyn como apenas um objeto sexual. A cena de sexo oral com o presidente John Kennedy é repugnante e também mereceu críticas violentas. Também estão no elenco Adrien Brody, Bobby Cannavale, Ravil Isyanov, Caspar Phillipson, Toby Ross, Sara Paxton e David Warshofsky. Trocando em miúdos, “Blonde” apresenta trunfos que merecem ser destacados, como a primorosa recriação de época, figurinos, cenários, roteiro, fotografia, trilha sonora e, principalmente, a atuação de Ana de Armas. Filme destinado a várias indicações ao Globo de Ouro e ao Oscar. Filmaço!          

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