“O HOMEM DO JAZZ” (“A JAZZMAN’S
BLUES”), 2022, Estados Unidos, 2h7m, produção original Netflix,
roteiro e direção de Tyler Perry. Excelente drama com boas chances de Oscar não
só pela história, mas também pelo excelente elenco, uma deliciosa trilha sonora
com muito blues e jazz, uma primorosa fotografia e uma caprichada recriação de
época. A história é ambientada nos anos 40 do século passado no sul dos Estados
Unidos, logo após o final da Segunda Guerra Mundial. O cenário é uma pequena
cidade da Geórgia, onde os negros vivem em uma espécie de gueto, separados da racista
população branca. A história é centrada em Bayou (Joshua Boone), um jovem negro
cujo pai é trompetista de uma orquestra, vive bêbado, maltrata a esposa (Amirah Vann)
e um dia resolve abandonar a família. O irmão mais velho de Bayou, Willie Earl (Austin
Scott), também é músico, viciado em heroína. A família vive às custas da mãe,
que lava roupa para famílias de brancos. Muitas vezes não há o que comer. Mas
se a situação está ruim, pode piorar ainda mais depois que o tímido Bayou se
apaixona por Leanne (Solea Pfeiffer), uma jovem também pobre, mas branca. Um
romance proibido com tudo para dar errado. E não dá outra. Para desespero de
Bayou, a mãe de Leanne dá um jeito de casar a filha com um jovem branco de
família rica. Desiludido, Bayou concorda em aceitar o convite de um jovem
empresário, Ira (Ryan Eggold, da série Amsterdam), para um teste musical numa tradicional casa de
espetáculos de Chicago. Ele vai junto com o irmão Willie, que consegue uma vaga na orquestra da casa, mas continua no vício de heróina. Mas o grande sucesso acaba sendo Bayou, com
sua voz melodiosa e talento para cantar blues e jazz. Tudo vai bem até que
Bayou recebe a notícia de que a mãe precisa de ajuda para reabrir o bar onde
costumava cantar. Bayou convoca sua banda e volta à cidade natal. Ele vai
tentar se reaproximar, claro, do seu antigo amor, Leanne, o que lhe acarretará
inúmeros problemas, culminando com uma grande tragédia. Também estão no elenco
Lana Young, Milauna Jackson, Kario Pereira-Bailey, Brent Antonello, E. Roger
Mitchell, Brad Benedict e Chadwick Farley. A excelente trilha sonora é coordenada e conta com os arranjos do trompetista e compositor Terence Blanchard, um dos
músicos de jazz mais conceituados da atualidade. O diretor Tyler Perry escreveu o roteiro em 1995 e 27 anos depois o transforma em filme. É possível que eu me engane –
como sempre -, mas sinto que “O Homem do Jazz”, lançado no dia 23 de setembro
de 2022 na Netflix, deverá receber várias indicações para o Oscar do próximo ano. Filmaço!
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