quinta-feira, 7 de abril de 2022

 

“MÃES PARALELAS” (“MADRES PARALELAS”), 2021, Espanha, 2h03m, disponível na plataforma Netflix, roteiro e direção de Pedro Almodóvar. Trata-se de um drama estilo novelão, mas nas mãos de Almodóvar resulta em cinema da melhor qualidade, principalmente quando ele acrescenta fatos políticos como pano de fundo da narrativa. É o sétimo filme em que o grande diretor espanhol trabalha com a atriz Penélope Cruz. E, mais uma vez, o resultado é uma ótima história vinculada ao universo feminino, como já fez em outros tantos filmes. Penélope é Janis (o nome foi dado por sua mãe hippie em homenagem a Janis Joplin), uma mulher entrando na casa dos 40 que trabalha como fotógrafa de publicidade e editoriais de moda. Ela engravida depois de um sexo casual com o antropólogo Arturo (Israel Elejalde), personagem de um ensaio fotográfico para uma revista. O filme dá um salto de 9 meses e lá está Janis no hospital já em trabalho de parto. No mesmo quarto, também em trabalho de parto, está a jovem Ana (Milena Smit), que engravidou por acidente. Nascem duas meninas e Janis e Ana se transformam em grandes amigas. Um dos bebês, porém, morre de repente, aumentando a dosagem dramática, principalmente depois que se descobre que as crianças foram trocadas no berçário. Perto do desfecho, a história dá uma guinada total. Janis resolve acompanhar Arturo nas escavações na zona rural de sua cidade natal, onde seu bisavô e outras pessoas teriam sido enterrados depois de assassinados pelo grupo fascista “Falange Espanhola” durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). A cena final é bastante impactante, que só um gênio criativo como Almodóvar teria coragem de realizar. “Mães Paralelas” concorreu ao Oscar 2022 em duas categorias: Melhor Atriz (Penélope Cruz) e Melhor Trilha Sonora, assinada por Alberto Iglesias. Não foram premiadas, mas Penélope já havia conquistado o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza. O elenco é outro trunfo do filme. Também estão no elenco Aitana Sánchez-Gijón, Rossy De Palma, Daniela Santiago, Ainhoa Santamaria, Julieta Serrano, Inma Ochoa e Julio Manrique. Faço questão de destacar a presença da atriz italiana Aitana Sánchez Gijón. Aos 53 anos, ela continua linda e competente. Aitana domina cada cena em que aparece e sua beleza desbanca atrizes mais jovens também bonitas como a própria Penélope Cruz e Milena Smit, sua filha na história. Por sua atuação, Aitana ganhou o prêmio “Feroz” de Melhor Atriz Coadjuvante concedido pela Asociación de Informadores Cinematográficos de España. Tudo isso junto e misturado com a belíssima trilha sonora, a fotografia e a arte de Almodóvar resultam em um filme de alta qualidade. Não perca!                                                             

 

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