“QUANTO
VALE?” (“WORTH”), 2020, Estados Unidos, disponível na plataforma
Netflix, 1h58m, direção de Sara Colangelo, seguindo roteiro assinado por Max
Borenstein. Aliás, o primoroso roteiro é um dos grandes trunfos deste ótimo
drama de Hollywood, além da excelente atuação de Michael Keaton. Dos inúmeros
filmes realizados sobre os atentados ocorridos nos Estados Unidos no dia 11 de
setembro de 2001, este talvez seja o único a tratar com detalhes como
transcorreu o difícil trabalho de indenização das famílias das vítimas. Procurado pelo
Congresso norte-americano dias depois dos atentados, o advogado Kenneth
Feinberg (Keaton) assumiu a responsabilidade de determinar como compensar as
famílias das vítimas, incluindo os valores indenizatórios caso a caso. Para
isso, constituiu um Fundo de Compensação Monetária - pioneiro nos Estados Unidos. Trabalho nada
fácil, pois teria que entrevistar cada uma das famílias e convencê-las a participar do fundo e concordar com os valores determinados. Juntamente com a sócia
Camille Biros (Amy Ryan) e advogados do escritório, Feinberg chegou a um
resultado final incrível, ou seja, em dois anos, ele conseguiu um acordo com
97% dos reclamantes elegíveis (somente 94 pessoas se recusaram a participar). O
resultado foi a distribuição de mais de US$ 7 bilhões para 5.560 famílias. O
filme mostra como foi desenvolvido todo esse trabalho, cercado de uma constante
tensão e de muita emoção, principalmente no que se refere às entrevistas pessoais com as famílias
enlutadas. Além de Keaton e Amy Ryan, ainda estão no elenco em papéis de
destaque Stanley Tucci, Laura Benanti, Tate Donovan, Talia Balsam, Marc Maron, Zuzanna Szadokowski, Gayle Rankin e Shunori Ramanathan. Destaco novamente o
primoroso roteiro de Max Borenstein, que, para escrevê-lo, se inspirou nos detalhes descritos no
livro “What is Life Worth? The Unprecedented Effort to Compensate the Victims” of
9/11” (“Quanto Vale uma Vida? Os Esforços sem Precedentes para Compensar as
Vítimas do 11/9”), escrito pelo próprio advogado Kenneth Feinberg. Trocando em miúdos,
“Quanto Vale” é um drama da melhor qualidade. IMPERDÍVEL com negrito e letras maiúsculas.
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