“PALESTINA:
UMA TERRA EM CONFLITO” (“PALESTINE”), 2019, disponível na plataforma Amazon Prime Video, coprodução Marrocos/Israel/Espanha, 1h18m, direção de Julio Soto Gurpide
e Mohamed El Badaoui – que também faz o papel principal no filme – seguindo roteiro
de Suha Arraf. A história é baseada em fatos reais descritos no livro “Palestine”
(2007), do escritor tunisiano Hubert Haddad. Quem se depara com o título
nacional pode pensar que vai ver atentados, explosões, mísseis e tiroteios. Nada
disso, embora tenha cenas de alguma violência e tensão. A história começa com
homem caminhando à beira de uma estrada da Palestina, ao lado do muro que separa
seu território de Israel. Ele apresenta um ferimento na cabeça e está mentalmente
perturbado, como alguém que não sabe o que está acontecendo. Um carro para ao
seu lado e o identifica como Nassim (Mohamede El Badaoui), um palestino que foi
preso há 10 anos pelo exército israelense. Quando é levado para a casa da mãe, em
Hebrom - cidade palestina na Cisjordânia -, Nassim é recebido com muita festa e
lágrimas e fica claro que ele perdeu a memória, pois não se lembra de nada. Aos
poucos, porém, com a convivência diária com sua mãe Ismahan (Amal Ayduch) e com
a prima Rana (Sarah Perles), Nassim percebe que tem algo errado com ele, ou
seja, está sendo difícil acreditar que é mesmo um palestino. Um dia, durante o sono,
ele fala em hebraico, o que gera suspeitas por parte da prima. Como o roteiro
faz questão de esclarecer bem antes do desfecho, Nassim é, na verdade, um
soldado israelense chamado Chaim. Embora a história seja bastante interessante,
faltou ao roteiro explicar alguns aspectos que poderiam acrescentar um melhor
entendimento por parte do espectador. Por exemplo, como Nassim/Chaim foi
ferido, por que estava com roupas de civil quando foi encontrado e como ele
fala tão bem a língua árabe. Somando os prós e os contras, acredito que o filme
merece ser conferido, principalmente por aqueles que, como eu, gostam de histórias
ambientadas naquela zona de conflito.
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