“O QUINTO
SET” (“CINQUIÈME SET”), 2020, França, produção original Netflix, 1h53m, roteiro
e direção de Quentin Reynaud (ele também atua; é o técnico do tenista). Quem
gosta de tênis, como eu, vai adorar. E mesmo quem não gosta também pode curtir
a história (fictícia) do tenista francês Thomas Edison (Alex Lutz), que, aos 37 anos de
idade, tenta voltar a disputar torneios em alto nível. Thomas foi um tenista
prodígio. Aos 17 anos, em 2001, chegou à semifinal do Torneio Roland Garros. Ele
acabou derrotado e, nos anos seguintes, tentou voltar a disputar os principais
torneios, mas sofreu com as lesões. Só o joelho direito ele operou três vezes.
Agora, vinte anos depois, sem uma condição física ideal, ele resolve disputar as
rodadas classificatórias do tradicional torneio francês. O filme não dá muito
destaque às partidas, a não ser no desfecho, quando apresenta uma partida
eletrizante. “O Quinto Set” prioriza o lado psicológico do tenista – o que certamente
vale para os demais atletas das quadras. Thomas terá de enfrentar as queixas da
sua esposa Eve (Ana Girardot), uma ex-tenista que, depois de casar, abandonou as quadras para se dedicar exclusivamente ao marido e ao filho. “Só no ano passado você ficou nove meses
fora de casa disputando torneios, me deixando sozinha”, diz ela. “Chegou a hora
de você parar e me ajudar em casa”. Thomas também possui um relacionamento
problemático com a mãe Judith (a envelhecida mas ainda charmosa e competente atriz inglesa Kristin Scott Thomas), que nunca acreditou no
talento do filho e ainda agora continua pressionando-o para melhorar. O filme
mostra como esses problemas pessoais prejudicam o tenista, que precisa estar
com o psicológico em dia para enfrentar os desafios das quadras. Destaque para a
magistral atuação do ator Alex Lutz, que realmente parece um tenista
profissional – como não o conhecia, pensei que fosse. “O Quinto Set” tem todos
os ingredientes para agradar o público que gosta de esporte, principalmente os
adeptos do tênis, para os quais também indico “Borg vs. McEnroe” e “Guerra dos Sexos”.
Imperdível!
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